26/09/2019 às 10h16min - Atualizada em 26/09/2019 às 10h16min

'Só ajuda quem quer': Inter se vê prejudicado e sobe o tom contra o VAR

Com dois a menos, Colorado perde por 3 a 1 no Maracanã e não poupa arbitragem...

GE
Foto: Reprodução
"É uma vergonha". "O VAR passeou no Maracanã". "O VAR era para ajudar e ajuda só a quem ele quer ajudar". Assim, soltas no ar, as reclamações efusivas disparadas por Odair Hellmann e pelo vice de futebol Roberto Melo já são suficientes para dimensionar a revolta do Inter com a arbitragem na derrota por 3 a 1 para o Flamengo nesta quarta-feira, pela 21ª rodada do Brasileirão.

Em solo carioca, a equipe até viveu uma noite em que transpirou valentia. Saiu atrás, teve Bruno e Guerrero expulsos e, mesmo com nove em campo, chegou a buscar o empate momentâneo antes de sofrer mais dois gols.

A entrega mereceu aplausos, mas ficou em segundo plano, ofuscada pelos discursos irados contra o árbitro Luiz Flávio de Oliveira e, sobretudo, o critério na hora de acionar o VAR.
A revolta colorada teve seu ápice no Maracanã, mas começou a criar raízes ainda antes, no último domingo. O Inter balançou as redes três vezes na vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense, no Beira-Rio. Em todas o VAR foi consultado pela arbitragem.

Nas duas primeiras, os gols foram anulados. De imediato, Wellington Silva estava impedido. Depois, o árbitro reviu falta de Edenílson após cruzamento em que Parede ajeitou para Neilton marcar. Só na última Rodrigo Lindoso marcou e chegou a brincar sobre o árbitro de vídeo na comemoração.

Nesta quarta-feira, o Inter reclama de três lances nos quais o VAR não teria sido consultado. São eles:

A expulsão de Bruno após pênalti em Gabigol (com a ressalva de que o árbitro ouviu o responsável pelo VAR)

Um lance em que Rodrigo Caio derruba Guerrero dentro da área antes do peruano finalizar

Um empurrão em Víctor Cuesta após cruzamento no segundo tempo.


– É absurdo. O VAR era para ajudar e ajuda só a quem ele quer ajudar. Contra a Chapecoense, precisamos fazer três gols para valer um. Em todos os VAR foi usado. Por que hoje não foi? Teve pênalti vergonhoso no Guerrero, por cima e por baixo, e sequer foi chamado. É essa a orientação? Ou dependendo de para quem apita é diferente? Foi uma vergonha a arbitragem. É o mínimo que eu posso dizer. O que eu acho é muito pior – esbravejou o vice de futebol Roberto Melo.

Sob a ótica dos colorados, a atuação do árbitro deixou seus jogadores nervosos no decorrer da partida. Guerrero que o diga. Após sofrer um corte no supercílio, o peruano reclamou acintosamente e acabou expulso. Na súmula da partida, foi relatado uso de expressões de baixo calão, em inglês, por parte do centroavante.

A indignação colorada com Luiz Flávio de Oliveira foi tamanha que levou o técnico Odair Hellmann a alterar seu discurso. O próprio disse que ficou "mais de um ano" sem falar da arbitragem, mas havia chegado a seu limite.

"Passei mais de um ano sem comentar sobre arbitragem. Quem deveria estar dando explicação aqui era o Luiz Flávio e o (Leonardo) Gaciba (chefe de arbitragem da CBF). O VAR passeou hoje no Maracanã. Aí, muda a história do jogo" (Odair Hellmann)


Fotos: Reprodução

O árbitro Luiz Flávio de Oliveira não foi o único a ser alvo da revolta do Inter. O chefe da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, também foi criticado pelo vice de futebol Roberto Melo. O dirigente chegou a dizer, no calor do momento, que o Inter sequer solicitaria à CBF o áudio do VAR.

– Enquanto o seu Gaciba estiver na CBF, não pretendo ir. Ele fala uma coisa, se exibe, faz apresentação, caga regra e é feita uma coisa totalmente diferente. Por que em três gols nossos contra a Chapecoense todos tiveram a intervenção? Hoje, (o VAR) sequer foi chamado. Qual a orientação que eles tinham? E os lances todos duvidosos foram a favor do Flamengo, ou contra o Inter. Causa indignação. Porque jogar nove contra 12 é duro – disparou o dirigente.

Os episódios recentes não foram os primeiros a despertar a revolta do Inter com o VAR. Pela Copa do Brasil, os colorados esbravejaram contra um gol anulado de Víctor Cuesta, que evitaria os pênaltis na vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras, nas quartas de final. A equipe conseguiu a classificação.

Com a derrota para o Flamengo, o Inter fica a 12 pontos do líder e se mantém em quarto, com 36 pontos – pode ser ultrapassado pelo Corinthians, com um jogo a menos. A equipe volta a campo no próximo domingo, às 16h, no Beira-Rio, para enfrentar o Palmeiras pela 22ª rodada do Brasileirão.

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