Fim de jogo. O Inter festeja a vaga nas quartas de final da Libertadores com uma vitória soberana por 2 a 0 sobre o Nacional, e os colorados imediatamente ativam as lanternas de seus celulares para iluminar o Beira-Rio. A reação é automática, quase "programada" pelos 90 minutos de um jogo em que a equipe sobrou em campo na noite de quarta-feira para confirmar a classificação.
Sequer foi preciso evocar a vantagem da vitória por 1 a 0 do jogo de ida. Muito menos sofrer a angústia de um resultado apertado, à espera do apito final do árbitro. No duelo de 180 minutos, o sofrimento ficou restrito ao Parque Central e foi encerrado com o gol de Guerrero.
No Beira-Rio em uma noite de recorde de público, o restante do confronto foi quase protocolar. O Inter apresentou maturidade para controlar o jogo do início ao fim sem correr risco algum. E com chances criadas para construir um placar até mais elástico, além da vaga para enfrentar o Flamengo nas quartas de final.
Melhor para as mais de 48 mil almas nas arquibancadas que deram o tom de decisão que faltou à partida. O desempenho e o resultado são mais um passo na briga pelo primeiro título com Odair Hellmann, já há 20 meses no comando..
– Não sei se foi a melhor, mas foi uma das grandes atuações que tivemos. Nem sempre aliamos performance, construção e criação. Cada jogo tem sua história. Colocamos tudo em prática. O placar foi até baixo para o que ocorreu no jogo. Conseguimos vitórias fora e em casa consistentes. Assim seguiremos, fortes para próxima fase – diz Odair.
Mês decisivo e positivo
O mês decisivo enfrentado e vencido pelo Inter também dá elemento a mais à festa. A vaga nas quartas da Libertadores é a segunda conquistada pelo Inter em julho. Antes, a equipe havia eliminado o Palmeiras nos pênaltis para ir à semifinal da Copa do Brasil.
Rafael Sobis resume bem o sentimento vivido no clube. Bicampeão da Libertadores com gols decisivos, o atacante cita o momento especial em 2019, dois anos após voltar da Série B.
– Por tudo o que aconteceu recentemente, ver o Inter no lugar dele, nesse estádio maravilhoso, lotado. Foi um mês duro, e a gente conseguiu passar ileso. É um momento especial. O torcedor tem que desfrutar depois de tanto sofrimento. Temos que fazer por onde. E que o fim seja o melhor possível – afirmou Sobis na zona mista do Beira-Rio.
Moledo vibra com os companheiros após abrir o placar Foto: Ricardo Duarte / Internacional
Superioridade do início ao fim
Além de todo o sentimento e o simbolismo carregados pela conquista da vaga, a superioridade da equipe é expressa em números. O Inter teve 58,8% de posse de bola e finalizou duas vezes mais que o Nacional: 22 a 11.
Nesta quarta-feira, a equipe se impôs logo no começo da partida e criou chances com Nico López e Patrick para abrir o placar. O que não tardou a ocorrer: aos 16 do primeiro tempo, D'Alessandro cobrou escanteio na cabeça de Rodrigo Moledo. Melhor em campo, o zagueiro estufou as redes.
O gol foi um golpe duro para secar qualquer fonte de esperança do Nacional. E fez o Inter se sentir ainda mais confortável para controlar o jogo sem abrir mão da intensidade habitual. A equipe até não pressionou como em outras partidas em casa, mas sempre manteve intensidade em transições rápidas para ir ao ataque.
Guerrero celebra passe de Sobis para o segundo gol colorado Foto: Eduardo Deconto / GloboEsporte.com
O segundo tempo foi (ainda mais) protocolar. O Inter reduziu o ritmo e passou a administrar o jogo sem dar espaços a um Nacional entregue à desvantagem e que permitiu espaços para contra-ataques. D'Alessandro, Guerrero e Nonato tiveram chances de ampliar o placar. O peruano o fez já aos 49 do segundo tempo, após assistência de Sobis.
– A gente fez 90 minutos bastante intensos. A vantagem do gol fora de casa é bem perigosa. Então, não diminuímos o ritmo em nenhum segundo. O Inter buscou o primeiro gol, depois o segundo. Foi uma grande atuação, segura. Quase não tivemos trabalho defensivo. Mérito do time – diz Lomba.
O Inter enfrentará o Flamengo nas quartas de final da Libertadores. Antes, a equipe tem pela frente o Fluminense, às 19h do sábado, no Maracanã, pela 13ª rodada do Brasileirão. Em sequência, há o duelo de ida da semifinal da Copa do Brasil, na quarta-feira, contra o Cruzeiro, no Mineirão.