03/04/2020 às 09h35min - Atualizada em 05/04/2020 às 00h12min

Educação para o século XXI: Novas práticas podem mudar o ensino

Buscando se conectar com os alunos, pedagogo buscou técnicas e conhecimentos para mudar suas aulas e agora divide boas práticas com outros professores.

DINO
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FOTO: Divulgação


Isso certamente é fato: O modelo de educação tradicional já não é o mais adequado aos dias atuais. Os alunos, independentemente da faixa etária, certamente não desejam apenas ficar sentados ouvindo o professor falar, sendo meros ouvintes que precisam decorar o conteúdo. Já há décadas esse modelo tem sido posto contra a parede. Será que é o método mais eficaz?

No artigo Paradigmas Contemporâneos de Educação: Escola Tradicional e Escola Construtivista, a psicóloga e mestre Denise Maria Maciel Leão afirma que “a escola tradicional - que sofreu inúmeras transformações ao longo de sua existência e que, paradoxalmente, continua resistindo ao tempo -, dia a dia, vem sendo questionada sobre sua adequação aos padrões de ensino exigidos pela atualidade”. Ainda de acordo com o artigo, “a abordagem tradicional do ensino parte do pressuposto de que a inteligência é uma faculdade que torna o homem capaz de armazenar informações [...]. Desse modo, na escola tradicional o conhecimento humano possui um caráter cumulativo, que deve ser adquirido pelo indivíduo pela transmissão dos conhecimentos a ser realizada na instituição escolar. O papel do indivíduo no processo de aprendizagem é basicamente de passividade”.

Um novo olhar para a educação

Pedagogo, historiador e geógrafo, Sheldon Assis atua há 21 anos na educação básica e universitária. Em certo momento percebeu por meio da vivência, dos estudos e das pesquisar que o modelo de aula e interação com os alunos que havia desenvolvido parecia não mais funcionar. “Sem dúvida a cada ano era mais difícil manter a atenção dos alunos, a cada semestre me sentia mais cansado. Assim, passei a questionar minha prática”, conta. Por ser historiador, sabe que não era uma questão de uma geração ser melhor do que a outra. Então se colocou no lugar dos alunos e entendeu que estavam apenas vivendo universos diferentes. “Eu, imigrante digital, não estava mais conseguindo tocar alunos nativos digitais, crianças já nascidas nesse mundo novo”, destaca.

Por isso, a partir de 2014 passou a estudar o assunto de todos os modos possíveis: participou de congressos, workshop, feiras de educação, palestras e tudo que falasse sobre novas formas de ensino e aprendizagem, inclusive fez pós-graduação. “Desse modo, quando comecei a aplicar tudo isso em sala percebi uma mudança radical. Passei a envolver novamente meus alunos e consegui dar significado para o que eles estavam aprendendo. Portanto, me senti novamente realizado na minha profissão”, explica.

Claro que esse foi um processo. Sheldon comenta que tinha aulas boas e ruins, projetos assertivos e outros nem tanto. “Mas quando passei a ter a humildade de me colocar no lugar dos alunos e tentar fazer diferente, pude perceber uma parceria com eles. E, dessa forma, passei a dar espaço para feedbacks”. De acordo com o pedagogo, para nossos jovens errar é normal, até porque eles também erram. Então, basta ouvir e recomeçar.

Educação para o século XXI 

Entretanto, Sheldon não quis guardar os novos conhecimentos para si. “Não que eu tenha uma fórmula do sucesso, nem mesmo tenha a pretensão de dar aulas para quem já dá aulas. Mas queria trocar ideias, debater, criar uma sinergia e propagar o que tinha aprendido e aprender com os outros professores”, comenta. Assim surgiu a ideia de escrever o livro Educação Para o Século XXI: Desafios e oportunidades para uma transformação pedagógica, publicado em 2018 pela Editora Albatroz.

Em suma, a ideia da obra é refletir sobre os novos rumos da educação. Além de discutir novas propostas pedagógicas, busca inspirar profissionais a encontrarem novos caminhos, novas técnicas, mais adequadas à era digital, na qual sobra informação e falta conteúdo. No livro o autor dialoga com grandes pensadores, como Mário Sérgio Cortella, Pedro Demo, Paulo Freire, Edgar Morin, Demerval Saviani, Philippe Perrenoud entre outros.

Depois do livro, Sheldon abriu um canal no YouTube, chamado Saber Inova, e passou a dar palestras, realizar oficinas e ser supervisor pedagógico de consultores de educação. Sempre com vontade de aprender e buscar novas técnicas para melhorar o ensino, o escritor já planeja um novo livro, dessa vez focado em práticas, uma vez que nas salas de aula os educadores muitas vezes precisam de dicas e ideias para incrementar a exposição de conhecimento.

Educação Para o Século XXI: Desafios e oportunidades para uma transformação pedagógica e outros livros da Editora Albatroz podem ser encontrados aqui.

 

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