10/12/2019 às 11h02min - Atualizada em 11/12/2019 às 00h00min

Controle de dívidas de clientes é fundamental para as empresas na obtenção de créditos, comprova pesquisa nacional

Cinquenta por cento das causas de rejeição em créditos surgem das dívidas pendentes em nome de empresas

DINO
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Cartões de Crédito


Com as reações da economia indicando sinais de recuperação as empresas precisam dar mais atenção aos seus cadastros, já que 50% das causas de rejeição em créditos surgem das dívidas pendentes em nome destas empresas. É o que mostra a pesquisa divulgada pela Serasa Experian, líder em serviços de informações para apoio na tomada de decisões empresariais.

Na última pesquisa, com 1595 consumidores, 88% deles afirmaram que o score pode contribuir para o acesso ao crédito dos brasileiros. Este levantamento foi sobre o modelo estatístico que auxilia na tomada de decisão para a concessão de crédito. O score reflete o comportamento e hábitos da vida financeira da população. Quem tem uma boa pontuação é visto pelo mercado como um consumidor mais apto a receber as melhores ofertas e condições, na hora de fazer um financiamento. E agora, com o Cadastro Positivo, este processo vai se intensificar, e o score vai ser cada vez mais visto pelos brasileiros como uma ferramenta de empoderamento econômico.

A pesquisa comprovou ainda que a consulta prévia e o acompanhamento do cadastro tornaram-se ferramentas de gestão, sendo aplicadas de forma constante pelas empresas na autoavaliação de sua vida econômico-financeira. E isso geralmente é o primeiro passo no desenvolvimento de um planejamento de reestruturação, na análise do advogado Thierry Phillipe Souto, especialista em direito empresarial. Ele diz que a autocrítica e a reflexão, trazidas por estas avaliações, são princípios essenciais para o desenvolvimento da atividade empresarial, retratando o presente e indicando o preparo para o futuro: “O crédito contraído com responsabilidade e bom planejamento pela empresa representa o impulso inicial para a realização de um ajuste pontual do seu passado e para o início do avanço no crescimento estratégico de suas atividades”.

Mas ele diz também que o caminho para um bom cadastro é árduo, sendo a renegociação de dívidas uma condição imprescindível para conquistar a estabilidade necessária para a obtenção de créditos: “A liberação de crédito depende da viabilidade e credibilidade, fatores que só são obtidos com a adoção de medidas de reestruturação e de soluções pela empresa. O procedimento de “recuperação judicial”, instaurado pela empresa, é uma medida muito comum na renegociação de dívidas. E que acaba sendo o estímulo necessário e de segurança determinante para quem concede o crédito”, explica o advogado.

Ele lembra também que, ao adotar este compromisso e a transparência a empresa vai dar a certeza que falta a quem concede o crédito, de que receberá de volta o valor que emprestou: “Estamos vivendo momentos de expectativa com as primeiras reações da economia depois da reforma da previdência. A aparente estabilidade da política econômica está indicando pela primeira vez a volta do aquecimento do mercado. E é importante se preparar para esta nova etapa da economia”.

Empresas em crise

Pelo acompanhamento de problemas em empresas com dificuldades, o advogado Thierry Phillipe Souto reforça que os empresários precisam “arrumar a casa”, reorganizando as suas dívidas com urgência. E que também devem prorrogar o endividamento de curto prazo, evitando investimentos desnecessários. E acrescenta: “Este não é um momento para que as empresas venham a se complicar ainda mais, enfrentando novas cobranças que podem levar a perda de suas máquinas, matéria-prima e dinheiro, porque isso pode ser fatal nesta hora”.

Os seguidos pedidos de recuperação judicial indicam que esta pode ser uma alternativa diante de fases difíceis, analisa o advogado. Thierry Phillipe Souto explica que a recuperação judicial é uma medida preventiva comum, usada por empresas para seguir com os seus negócios, barrando as cobranças e reorganizando as dívidas. “Muitas empresas, que temem a piora da situação, se adiantam para poderem ficar mais fortalecidas diante da crise. Em momentos assim a palavra certa é o planejamento. E o empresário precisa ter foco e atitude” afirma.

Falta de contratos

Thierry Phillipe Souto cita ainda a falta de contratos como uma das grandes causas dos números negativos para as empresas: “Negócios realizados informalmente viram grandes problemas. E a falta de contratos tem consequências quando uma das partes descumpre o combinado. Quando há contrato as empresas podem encontrar na mesma hora as respostas necessárias para resolver desentendimentos”, explica.

Ele já viu uma série de casos em que a falta de contratos levou a grandes dificuldades para cobrar a outra parte. E estes processos costumam levar muitos anos, sem certeza de resultados: “Os contratos devem ser feitos com a análise de todas as possibilidades de descumprimento, ou se tornam inúteis. Tudo deve ser definido antes mesmo de se concretizar a relação empresarial, garantindo maior segurança jurídica e ganho de tempo e dinheiro. E com maiores chances de sucesso ao final de um possível processo”, conclui.



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