Um amplo debate sobre o narcotráfico nas fronteiras e o custo da violência para o país foi realizada na manhã desta sexta-feira (4), no auditório do Ministério Público (MP-AM), na zona Oeste de Manaus. A audiência pública teve a participação de diversas autoridades que palestraram sobre o tema e puderam expor as dificuldades enfrentadas por cada órgão nas ações de combate ao tráfico de drogas e a criminalidade.
O evento foi promovido pela Frente Parlamentar Mista de Desenvolvimento Estratégico do Sistema Penitenciário, Combate ao Narcotráfico e Crime Organizado, do Congresso Nacional, presidida pelo deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos/AM), que irá elaborar um relatório com as informações explanadas por cada autoridade. O documento será entregue ao Governo Federal.
Palestraram no evento o Promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Reinaldo Alberto Nery de Lima; Marco Aurélio de Lima Choy; o Promotor de Justiça (Tribunal do Júri), Igor Starling; o Secretário Adjunto da SEAP (Secretaria de Administração Penitenciária), Cel. André Luiz Barros Gioia; e o omandante Geral da Polícia Militar (PMAM), Cel. Ayrton Ferreira do Norte. Entre os convidados também estava o o Presidente Ordem dos Advogados do Brasil Seção Amazonas (OAB-AM) e o Secretário Chefe da Casa Civil do Amazonas, Coronel Fabiano Bó.
O deputado, que além de capitão da Polícia Militar da reserva é especialista em segurança pública, abriu a mesa de debates abordando o sucateamento das forças de segurança que atuam nas fronteiras do estado com outros países e estados brasileiros e as dificuldades do enfrentamento à guerra entre facções dentro dos presídios e nas ruas da capital e dos municípios amazonenses.
Foto: Matheus Nogueira
“É notório que as drogas tem ligação direta com os homicídios e com os crimes cometidos contra a população. Não precisa ser especialista em segurança pública, pois a população enxerga tudo isso e cobra políticas efetivas. Essa mesa redonda tem o objetivo de entender quais são os problemas no combate ao narcotráfico, por que nós temos dificuldades, cada órgão tem. Com o resultado farei um relatório que será entregue ao ministro Sérgio Moro (da Justiça e Segurança Pública) a fim de trazer investimentos para o nosso estado”, ressaltou.
O Amazonas foi escolhido pelo grupo, presidido pelo parlamentar amazonense, para receber o primeiro de uma série de eventos que objetivam ampliar o debate em torno do combate ao tráfico de drogas e a criminalidade em todo Brasil, devido as dificuldades que o Estado enfrenta para combater entrada e transporte de drogas. Os rios que banham o estado são usados como rotas os narcotraficantes que importam drogas de outros países sul-americanos e distribuem para outros estados e países.
Alberto Neto citou como exemplo a Baze Anzol, uma base da Polícia Federal instalada no município de Tabatinga, na tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru, que já chegou a ser desativada, mas voltou a operar sem as condições ideias para que os agentes de segurança pública possam impedir a droga de entrar no país, prender os bandidos e coibir o narcotráfico de forma efetiva. Outro ponto abordado pelo parlamentar é o número insuficiente de agentes na região de fronteira do país.
“A Base Anzol está sucateada e parece que não é prioridade, mas nós precisamos fomentar e mostrar que é sim prioridade fechar essas torneiras. Uma delas é o Sistema Penitenciário e a outra é a entrada de drogas no nosso Estado, que fomenta a criminalidade no interior do Amazonas e na nossa capital, Manaus, que enfrenta a guerra entre facções. Todos dias os bandidos estão se matando, entre eles mesmos, e matando inocentes, levando jovens para o mundo das drogas e destruindo famílias. Isso só vai parar quando juntos enfrentamos a raiz do problema, que está lá nas fronteiras”, explicou o deputado.