Não faltou coragem no estilo de jogo do Botafogo, mas foi pouco para impedir a sequência vitoriosa do Palmeiras, que venceu por 1 a 0, neste sábado, no Estádio Mané Garrincha. A equipe de Felipão manteve a liderança do Brasileiro com 16 pontos e completou 29 jogos sem perder na competição. O alvinegro estacionou nos nove pontos e está em sétimo lugar temporariamente.
A proposta de jogo do Botafogo do técnico Eduardo Barroca não conseguiu levar o alvinegro ao gol diante do Palmeiras. O toque de bola rápido, jogadores abertos nas pontas e a aposta no jogo trabalhado não tiveram resultado diante do líder do campeonato.
Sem Erik, artilheiro do alvinegro, a equipe perdeu velocidade e profundidade. O jogador, que pertence ao Palmeiras, não pôde jogar por causa de uma cláusula contratual. Seu substituto Luiz Fernando não foi capaz de se desvencilhar da marcação do adversário. O time ainda não contou com Carli, suspenso, e Pimpão, machucado.
A força na marcação é o grande poder do Palmeiras de Felipão. Na primeira metade do primeiro tempo os cariocas se viram sufocados pelos paulistas. O alvinegro até conseguiu manter a bola no chão e sair jogando sem chutões desesperados. Mas sem qualquer efetividade. Ao fim da etapa inicial, o goleiro Weverton não fizera uma defesa importante sequer.
A pressão do Palmeiras, também no ataque, desnorteou o Botafogo em alguns momentos. Num espaço de quatro minutos, já no fim da etapa inicial, o time levou três cartões amarelos por entradas duras.
O goleiro Gatito esteve bem colocado nas inúmeras tentativas do adversário. Assim como a defesa, na última bola. Apesar do maior poderio dos paulistas, também lhes faltou pontaria. Numa das melhores chances, por exemplo, Dudu cruzou na cabeça de Deyverson, que desviou para fora, mas muito perto do gol.
— Eles estão marcando bem a gente. Mas temos que nos movimentar um pouco mais porque eles marcam praticamente individual. Se a gente fizer o passe com apoio, vamos conseguir sair da pressão. O Cícero está sobrando e vamos procurar esse passe para sair jogando melhor — disse o zagueiro Gabriel.
O zagueiro avaliou bem o que o Botafogo precisava fazer para sair do sufoco. Só não contava que um lance seu, que por pouco não passou despercebido, fosse decisivo. Aos oito minutos, Dudu fez bonita jogada, ficou na frente de Gatito, mas chutou mal.
Enquanto o goleiro fazia a defesa, Deyverson tentou chegar na bola e caiu no chão. No primeiro momento, a arbitragem considerou que o atacante tivesse se jogado e lhe deu amarelo.
Mas o VAR entrou em ação e revisou o lance. No detalhe, um pisão de Gabriel no tornozelo de Deyverson. Pênalti marcado, confusão generalizada. Quatro jogadores do Botafogo (Gabriel, Gatito, Cícero e Diego Souza) receberam cartão por reclamação antes e depois de Gustavo Gomez cobrar bem o pênalti e abrir o placar.
Apesar do gol sofrido, o Botafogo não mudou seu estilo. Barroca fez as alterações possíveis, com as entradas de Gustavo Ferrareis (no intervalo), Yuri e Igor Cassio. O time consegui uma escapada ou outra, como no lance que Diego Souza pediu pênalti.
O domínio, no entanto, era do Palmeiras, que só não ampliou a vantagem no Mané Garrincha por incompetência dos atacantes ou pela bravura da defesa alvinegra.