O mundo idealizado pelo desenho animado dos Jetsons chegou. Ainda que não haja carros voando por toda a parte ou vias intergalácticas, a interação entre dispositivos que comunicam entre si e com o ser humano acontece por meio da Internet das Coisas (IoT - do inglês: Internet of Things). Segundo a consultoria americana Gartner, até 2020 serão 12 bilhões de dispositivos funcionando por meio da IoT, número superior à população mundial de cerca de 7,5 bilhões. Já a McKinsey, aponta que o impacto da IoT na economia global será de 4% a 11% do produto interno bruto do planeta em 2025, representando entre R$ 3,9 e R$ 11,1 trilhões de dólares.
O futurismo das telas se apresenta menos robusto na realidade e muitas vezes passa despercebido pelas pessoas, mas torna as “coisas” do cotidiano mais inteligentes e amplia funções. E é utilizando de metodologia e serviços baseados na IoT que a Newatt opera no mercado de energia. A startup desenvolveu um sistema que usa sensores para monitorar o consumo de energia em tempo real e por meio do cruzamento de dados, fazer a gestão do uso de vetores energéticos, como energia elétrica, gás natural e outros combustíveis.
A plataforma da Newatt recorre ao machine learning - aprendizado automático no qual a máquina reconhece padrões -, para avisar ao cliente sobre desperdícios de energia com a emissão de alertas pelo aplicativo. “Além dos benefícios diretos de redução de custos e ampliação da eficiência energética e operacional, indiretamente ajudamos o meio ambiente e garantimos maior competitividade no mercado”, conta o CEO Diego Cavalcante.
Os clientes que instalam o sistema inteligente têm retorno do investimento em menos de 18 meses, considerando uma visão conservadora. E apesar de ter iniciado suas operações há somente quatro anos, a startup apresenta resultados de sucesso como a diminuição de 10% dos custos, em cinco meses de projeto em uma indústria química; e 36% de ganho de eficiência energética em uma franquia de lojas do setor alimentício.
Tecnologia que gera crescimento
Em 2018, a Buskar ampliou seu faturamento em 27% ao oferecer uma logística inteligente para reduzir custos com transporte e armazenagem na recuperação de ativos, com foco em veículos automotores. A plataforma da startup integra a cadeia de recuperação de crédito, centraliza informações e dinamiza a comunicação durante o processo, com ferramentas para cobrança, localização, transporte, armazenagem, avaliação e venda dos ativos recuperados.
Seus principais clientes, bancos e seguradoras, conseguem tomar decisões estratégicas baseados nas informações do sistema, com assertividade, de maneira auditável e embasamento tecnológico. “Nosso diferencial é o uso de interfaces web, aplicativos mobile, tecnologia georreferenciada para acompanhamentos e enriquecimento de dados com integração a bancos de big data. Tudo isso possibilita maior precisão e agilidade na avaliação de bens”, explica Guilherme Longo, CEO da Buskar.
Propulsão no mercado
Além de ambas utilizarem da IoT em seus negócios, Newatt e Buskar têm em comum a participação no Hubble, o programa de tração de ideias inovadoras do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, operado pela LM Ventures. Elas contam com o apoio estrutural dos escritórios, em um ambiente que reúne outras 13 startups e proporciona diversas trocas entre elas. O hub também funciona como uma vitrine ao trazer parceiros do banco para conhecerem esses novos empreendimentos, com o objetivo de fechar negócios e colocar essas empresas de vez no mercado.