09/07/2018 às 21h47min - Atualizada em 09/07/2018 às 21h47min

Como o Guns manteve sucesso por 30 anos com apenas seis discos?

Para exemplicar, é preciso retornar ao ano de 1987. Foi naquele ano que o grupo californiano lançou o que viria a ser o maior clássico deles: Appetite For Destruction.

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O Guns N' Roses é uma das bandas mais bem sucedidas do rock. Goste ou não, é uma constatação estatística. Mas a história desse sucesso passa por momentos inusitados também.

Para exemplicar, é preciso retornar ao ano de 1987. Foi naquele ano que o grupo californiano lançou o que viria a ser o maior clássico deles: Appetite For Destruction. Só que, apesar dos esforços da gravadora Geffen na divulgação e de faixas como Paradise City, Welcome To The Jungle, Sweet Child O' Mine e Rocket Queen (que se tornariam sucessos), o projeto passou longe de ser um disco aceito de imediato.

A estreia na lista da Billboard foi na humilde posição de número 182, lugar desanimador para um mercado competitivo como o americano e para uma banda que sempre vislumbrou o sucesso internacional.

 

Mas aos poucos foi subindo nas paradas de sucesso e se transformou em um verdadeiro fenômeno de vendas, contra todas as expectativas iniciais. Hoje, os números de Appetite nem parecem o de um disco que foi tão mal nas primeiras semanas: na história, é o álbum de estreia mais comercializado nos Estados Unidos. O disco também chegou a ficar na 1ª posição dos charts durante quatro semanas não-consecutivas, além de registrar 147 semanas seguidas - ou seja, quase três anos - no top 200.

31 anos depois, o CD volta a fazer sucesso com o lançamento de uma reedição em versão deluxe. Nas paradas da última semana, chegou à 10ª posição após 33 mil cópias vendidas, não só do relançamento, como também de edições passadas. 

Mas isso também demonstra como a banda vive do passado e é dona de uma discografia pequena, que gera interesse do público quando volta às lojas com alguma faixa extra ou versões diferenciadas. Em 30 anos, o guns soma apenas seis álbuns lançados, sendo cinco na primeira fase (um deles de covers) e um que pode ser considerado até um projeto solo de Axl Rose (Chinese Democracy, de 2008).

 

Sendo assim, é possível que de todas as bandas antigas ainda em atividade, o Guns seja a que menos produziu, mas que tem como trunfo ter conseguido lançar muitos singles de sucesso em cada álbum e gerar um show de duas horas onde quer que vá. 

Só para nível de comparação, o U2, formado sete anos antes, tem 14 discos de estúdio. Tudo bem que a banda nunca teve uma pausa e jamais se dissolveu, conseguindo inclusive o feito de manter a mesma formação desde o início. Mesmo assim, demonstra que a média do Guns é baixa.

O que não é necessariamente ruim. Talvez seja até inteligente da parte deles. É melhor se garantir com sucessos incontestáveis que têm aceitação completa do público, do que insistir na gravação de álbuns novos que serão esquecíveis e ainda desprezar as músicas recém-lançadas durante a turnê. Modo de trabalhar do... U2.

 

Fotos: Reprodução

Sendo assim, o Guns, depois de gastar 14 anos na produção de Chinese Democracy, que é o único CD esquecível na discografia do quinteto, deve ter aprendido que quando uma banda se torna clássica, o melhor é nem perder tempo com música nova, porque as turnês estarão garantidas para sempre com as velharias (que podem ser recicladas a cada década e vender bem como sempre, como o box eles acabaram de lançar).

R7

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