04/01/2019 às 10h48min - Atualizada em 04/01/2019 às 10h48min

Após ataques, Moro autoriza envio da Força Nacional para o Ceará

Cerca de 300 homens atuarão por 30 dias em apoio à PF, PRF, Depen e forças de segurança do estado, segundo Ministério da Justiça e Segurança Pública

R7
Foto:Geraldo Bubniak
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou, no final da manhã desta sexta-feira (4), o envio de tropas federais para o Ceará, que vive sob ataques pelo segundo dia consecutivo.

Diversas cidades do Estado registraram desde quinta-feira (3) noites e madrugadas de ataques. Em Fortaleza, uma delegacia da Polícia Civil sofreu atentado de incêndio. A Prefeitura de Maracanaú também foi atacada. Ônibus e vans foram queimados pelos suspeitos, que também incendiaram colunas que sustentam um viaduto da rodovia BR-020, que liga a capital cearense a Brasília.

Cerca de 300 homens e 30 viaturas da Força Nacional seguem ainda hoje para o Estado e atuarão por 30 dias em ações de segurança e apoio à PF (Polícia Federal), à PRF (Polícia Rodoviária Federal), ao Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e às forças policiais estaduais. Caso necessário, o prazo de atuação da FN poderá ser prorrogado.

A decisão foi tomada após os episódios de violência registrados e à dificuldade das forças locais combaterem sozinhas o crime organizado. Também foram consideradas a gravidade dos fatos, a necessidade de manutenção da segurança pública e o dever das forças policiais federais e estaduais de, por ação integrada, proteger a população civil e o patrimônio público e privado de novos incidentes.

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Segundo a portaria, foi determinado que as polícias federais intensifiquem as ações de prevenção e repressão ao crime organizado e que o Depen preste todo o apoio necessário para as ações de segurança pública no estado. A forma de atuação será definida pela Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública).

 
Ataques
 

Seis são presos após fogo em carros e dez ataques no Ceará
Ricardo Moraes/Reuters

Os ataques foram feitos após a declaração do novo secretário de Administração Penitenciária do Estado, Luís Mauro Albuquerque, de que não reconhece facção criminosa no Ceará. Ele confirmou que a divisão de presos por unidades não irá mais obedecer a distribuição por vínculos com organizações criminosas.

O governador Camilo Santana, que assumiu na terça-feira (1°) o segundo mandato, para o qual foi reeleito em outubro de 2018, havia dito em janeiro do ano passado que das 441 mortes registradas nos primeiros 29 dias de 2018, 84% eram vinculadas às facções criminosas. O principal grupo criminoso do Ceará é o GDE (Guardiões do Estado).

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