14/01/2022 às 08h13min - Atualizada em 14/01/2022 às 08h13min

Armas inteligentes podem chegar ao mercado nos EUA ainda em 2022

Portal do Sena

R7
Armas inteligentes e personalizadas, que só disparam se o gatilho for apertado por usuários cadastrados, podem ser o próximo passo na evolução da indústria de armamentos nos EUA. Duas empresas norte-americanas deram os primeiros passos para apresentar e regulamentar esse tipo de equipamento nos últimos dias.

Na última sexta-feira (7), a LodeStar Works fez uma demonstração para a imprensa e investidores de uma pistola 9mm inteligente na cidade de Boise, em Idaho. Paralelamente, outra empresa, a SmartGunz, disse que forças de segurança estão testando seu produto, que é um modelo similar, mas com menos funções. As duas esperam colocar as pistolas no mercado ainda este ano.

Um dos fundadores da LodeStar, Gareth Glaser, contou em uma entrevista que se inspirou para desenvolver o produto após ouvir histórias sobre crianças sendo baleadas quando brincavam com armas. A ideia é que a tecnologia impeça as pistolas de atirar se elas não forem usadas por pessoas previamente cadastradas.

Se a implementação for bem sucedida, isso pode ajudar a prevenir suicídios, acabar com o roubo de armas particulares que seriam inúteis sem a liberação dos donos e aumentar a segurança de policiais e agentes carcerários que podem ter suas pistolas tomadas por suspeitos.

A LodeStar pretende lançar sua arma inteligente por US$ 895 (o equivalente a cerca de R$ 4.950). Glaser afirmou que o próximo desafio será ampliar a capacidade da empresa para fabricação em escala, mas mostrou confiança no protótipo demonstrado, de terceira geração. "Finalmente chegamos ao ponto de mostrar ao público", disse ele.


Tecnologias para prevenção

A maior parte dos primeiros protótipos de armas inteligentes usavam impressões digitais ou autenticação por rádio frequência, que faz com que a arma atire apenas quando um chip instalado nela se comunique com outro instalado em um anel ou pulseira usado pelo proprietário.

No caso da LodeStar, a pistola usa tanto um leitor de digitais quanto um chip de comunicação por proximidade ativado por um app de celular, além de um teclado numérico para inserir uma senha. A arma pode ser autorizada para mais de um usuário.

A ideia é que o equipamento seja destravado pelo leitor de digital, com o teclado numérico colocado como alternativa caso a leitura da impressão seja impedida por água ou outro fator. Na demonstração, a empresa não usou o sensor de proximidade, mas disse que seria a terceira opção, por exigir que os usuários acionem o app no celular.

A SmartGunz não revelou quais agências de segurança estão testando suas armas, que são liberadas por identificação de rádio frequência. A empresa pretende vender seu modelo de pistola 9mm por US$ 1.795 (cerca de R$ 10 mil) para policiais e outros agentes e por US$ 2.195 (cerca de R$ 12,1 mil) para consumidores comuns.

Outras tentativas de criar esse tipo de armamento foram repelidas por associações que defendem a liberdade de uso de armas nos EUA. Em 1999, a Smith & Wesson, uma das principais fabricantes de armamentos do país, se comprometeu a desenvolver esse tipo de equipamento, mas sofreu um boicote e desistiu dos planos. 

Em 2014, a empresa alemã Armatix chegou a colocar no mercado uma pistola inteligente calibre 22 no mercado, mas ela foi retirada das lojas depois que hackers descobriram uma maneira de interferir remotamente nos sinais de rádio das armas e, usando ímas, atirar quando elas deveriam estar travadas.



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