O Sport vence o Palmeiras por 1 a 0, mas toma um sufoco.
Gustavo Scarpa cobra com efeito o escanteio, a bola cruza a área pernambucana e bate na cintura de Luiz Adriano, o jogador que é perseguido pelas torcidas organizadas do Palmeiras. E estava sendo muito vaiado na partida.
A reação do atacante surpreendeu até seus companheiros de time.
Ele fez o tradicional sinal de 'cala a boca', correndo com o indicador na boca, encarando a torcida.
A comemoração dos palmeirenses virou raiva, com direito a palavrões ao atacante.
Ele comprou uma guerra difícil de vencer.
Luiz Adriano fez apenas o seu quinto gol na temporada.
O gol de empate abalou o Sport e deu a certeza para o Palmeiras da virada. E ela veio, em outro escanteio cobrado por Scarpa, que Willian desviou e Felipe Melo cabeceou para as redes. 2 a 1, aos 35 minutos. Com direito à tradicional imitação de pitbull.
O Palmeiras volta à vice liderança do Brasileiro. A dez pontos do Atlético Mineiro, mas com dois jogos a mais. O time de Pernambuco segue estagnado na zona do rebaixamento.
"Independente do gol, o importante é a vitória. Muitas vezes nos dedicamos, mas a vitória não vem. Hoje saímos atrás, mas demonstramos nossa superoridade, corremos atrás e não desistimos", comemorava Felipe Melo.
E ele tinha razão.
O maior mérito do Palmeiras foi a raça, a gana, a postura de time superior, que sufocou o Sport durante todo o jogo. Principalmente no segundo tempo, quando Abel Ferreira avançou de vez as linhas, percebendo que Gustavo Florentin havia recuado de vez a equipe pernambucana, sonhando ao menos com um precioso ponto no Allianz Parque.
Seu time começou a partida vencendo, com um gol relâmpago. Logo aos três minutos, Luciano Juba foi lançado, em contragolpe, encontrando a defesa palmeirense toda desarrumada. Ele cruzou com perfeição para Leandro Barcia empurrar para as redes de Weverton. Jogada mais do que ensaiada.
O gol trouxe mais pressão ao Palmeiras. Embora o próprio Abel Ferreira saiba que a conquista do Brasileiro é quase impossível, ele quer usar o Brasileiro para encher de confiança seu elenco para a final da Libertadores contra o Flamengo, dia 27 de novembro.
A melhor maneira é colecionar vitórias.
Ainda mais em casa, contra adversário com elenco muito inferior. Daí o português colocar o Palmeiras aberto, no 4-3-3. Dudu foi jogador agudo, dos lados do campo, não meia. Rony seguia na outra extrema. E Luiz Adriano no meio, lutando contra toda a zaga pernambucana.
O Sport jogou no 4-5-1, preenchendo a sua intermediária, com muita marcação.
Depois do contragolpe perfeito, tratou de se defender mais ainda. O Palmeiras tinha muita atitude, variação de ataque, com seus laterais, Marcos Rocha e Piquerez livres para ajudarem Dudu e Rony. Só que deixava espaços perigosos que o Sport não soube aproveitar.
Na segunda etapa, virou um duelo. Entre o time do Palmeiras e o ótimo goleiro Mailson, que fez pelo menos quatro excelentes defesas.
Mas foi quando o acaso e o talento na bola parada de Scarpa resolveram intervir. Luiz Adriano já havia sido desprezado pelas organizadas, na escalação do time. E durante o jogo era vaiado ao tocar na bola. Os torcedores tinham um prazer sádico quando a bola ia na direção do atacante.
Só que esta dinâmica acabou aos sete minutos, quando Scarpa bateu escanteio e a bola bateu na cintura de Luiz Adriano e entrou. O atacante colocou para fora todo o rancor que as organizadas palmeirenses fazem contra ele, depois do empate, sem querer.
Encarou as torcidas e foi muito xingado.
Abel Ferreira adiantou de vez o Palmeiras, não admitia outro resultado, que não fosse a vitória. Ele sabia que seria temporário, mas simbólico, o Palmeiras chegar à segunda colocação no Brasileiro. Deixando o Flamengo, rival da final da Libertadores, em quarto.
Quando Scarpa bateu escanteio, de novo, na primeira trave, surgiu Willian, em jogada ensaida, ajeitar de costas, buscando algum palmeirense na pequena área. Encontrou Felipe Melo que enfiou a cabeça mesmo disputando bola com zagueiros pernambucanos, que iam com os pés.
Palmeiras 2 a 1.
Na frente, aos 35 minutos, Abel mandou seu time diminuir o ritmo. Ficar mais compactado, sem dar espaços.E segurar a simbólica vitória. Foi o que o Palmeiras fez. Sem correr riscos.
O Sport não tinha como reagir, por conta de elenco fraco.
O Palmeiras ganhou e seus jogadores comemoraram.
Mas precisa melhorar muito para a final da Libertadores....