22/06/2021 às 22h52min - Atualizada em 22/06/2021 às 22h52min
Tite diz que vai mudar a equipe e não vê marca nos cinco anos de Seleção: "Só quando terminar"
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GE
Tite participa de coletiva de imprensa na véspera da partida contra a Colômbia — Foto: Reprodução O técnico da seleção brasileira masculina, Tite, participou de entrevista coletiva antes da terceira partida do Brasil na Copa América. O treinador não confirmou o time para este confronto contra os colombianos, mas adiantou que vai fazer mais mudanças.
Líder do grupo com seis pontos em dois jogos (100% de aproveitamento, sete gols marcados e nenhum sofrido), a Seleção enfrenta a Colômbia às 21h, desta quarta-feira, novamente no estádio Nilton Santos, na zona norte do Rio de Janeiro.
– Nós seguimos nossa mesma forma, estabelecida como ideia na competição. Vamos ter algumas mudanças, mas, teoricamente, não vão modificar engrenagem da equipe. É o que a gente sempre busca - disse Tite.
Ao ser questionado se enxergava marca pelos cinco anos na Seleção, Tite disse que não. E ponderou:
– Não tem marca ainda, ela só vai ser marca quando terminar a etapa, que a gente consiga olhar o início, meio e fim, e que a gente tenha uma real avaliação, não um recorte dela, um momento, uma circunstância. Uma etapa, um ciclo, uma passagem, uma amostragem geral do trabalho, com início, meio e fim - disse o treinador da Seleção.
Depois, o treinador amplificou a visão própria sobre essa passagem pela Seleção. Ele disse que depois de receber a camisa dos cinco anos dos jogadores da Seleção, pediu "para o cara que corta a grama assinar porque ele tem valor, porque quem está trabalhando conosco tem valor, está colocando o seu trabalho, a sua dignidade, a sua saúde."
– A escala de valores moral, ética, lealdade, a relação pessoal dentro da equipe, com que nós integrantes da comissão técnica estabelecemos, dentro da nossa atividade, nossos problemas, nosso dia a dia, o preço que pagamos para vencer. O preço é do trabalho, da competência, da dignidade e transparência com que a gente trabalha, isso me orgulha muito – comentou.
"Não sei responder"
Apenas uma pergunta não teve resposta do treinador da Seleção. A CNN Brasil lembrou casos de Covid-19 em delegações, no apoio da competição e perguntou se o treinador acreditava, como a Conmebol, que as coisas estavam bem controladas.
– Não sei responder a essa pergunta. Não sei - limitou-se a dizer Tite, depois de breve silêncio.
Se por um lado se calou sobre os casos de novo coronavírus na competição, por outro Tite falou bastante sobre a qualidade do gramado do Nilton Santos. Neymar, camisa 10 do Brasil, já criticara a grama anteriormente.
– O estado do gramado não é bom. Em função de ser recente a retirada é humanamente impossível (que fique bom). O Juninho (coordenador) está, a toda hora, em contato com as pessoas responsáveis para que tenha uma melhor condição, porque isso dá saúde aos atletas. Está um ex-atleta aqui que com 27 anos teve que parar com 5 operações de joelho - lembrou Tite.
O treinador lembrou jogada contra a Venezuela, em partida disputada em Brasília. No lance, o jogador se desequilibrou e atingiu Neymar. No momento, reclamou do atleta adversário, mas depois percebeu que ele não teve culpa no lance.
– O pé de apoio dele escorregou, ele desequilibrou e fez a falta. Ter melhores condições de gramado proporciona um melhor espetáculo. Esse contexto todo e mais o reconhecimento que estamos procurando com o tempo hábil possível recuperar e ter as melhores condições para que se faça um bom espetáculo.
"Sempre muito difíceis"
César Sampaio lembrou que Reinaldo Rueda, ex-técnico do Flamengo, chegou a participar de curso da CBF, como professor. O auxiliar de Tite e ex-jogador da Seleção elogiou bastante a seleção colombiana e o treinador Rueda. Tite lembrou o amistoso de 2 a 2, nos EUA, em 2019, e acrescentou:
– Nossos enfrentamentos com a Colômbia foram sempre muito difíceis. Se a gente voltar, dos amistosos que a gente fez a jogos das Eliminatórias, eles sempre tiveram o mais alto nível de exigência. Passei isso aos atletas e estou falando não como supervalorização, mas reconhecimento das dificuldades – elogiou Tite.
Depois de quase um mês juntos, a Seleção ainda tem mais alguns jogos até o fim da Copa América. Pelo menos mais três, contando com a Colômbia, Equador, na última rodada e as quartas de final. Mas podem ser mais cinco, se chegar às semifinais - em caso de derrota, tem terceiro e quarto lugar.
Tite lembrou que o tempo junto com os jogadores e toda a comissão é benéfico dentro e fora de campo. Mas ainda não antecipa se é um caminho pautado até a Copa do Catar.
– Ainda não sei se é um pilar, mas ele tem significado forte. Ele oportuniza um tempo grande de contato, treinamento, ideias, hoje estava falando com o Danilo (lateral), inclusive das interações individuais. Na medida em que a gente fica mais tempo junto, a linguagem não verbal impera conosco e com os atletas. Os movimentos, as situações, os gestos, o olhar... é tudo dinâmico, muito rápido, e a gente vai ganhando tempo nessa forma de estarmos mais coesos enquanto grupo e também em termos táticos, para desenvolvermos nosso melhor trabalho.