18/10/2018 às 12h27min - Atualizada em 18/10/2018 às 12h27min

O Cruzeiro de Mano Menezes: pragmático, cauteloso… e vencedor

Treinador gaúcho arriscou ao priorizar as competições de mata-mata, mas termina o ano com dois títulos e prestígio em Minas

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Heitor Feitosa/VEJA.com
Os números não mentem: Mano Menezes é um vencedor. Com a conquista de seu terceiro título da Copa do Brasil nesta quarta-feira, com vitória por 2 a 1diante do Corinthians, em Itaquera, o treinador do Cruzeiro se aproximou do recorde de Luiz Felipe Scolari, único tetra da competição – e 13 anos mais velho. Assim como os de Felipão, os times de Mano não tem como marca principal o jogo vistoso ou ofensivo, o que muitas vezes irritou a torcida mineira, acostumada com esquadrões mais virtuosos. O vasto elenco também aumentava a cobrança: com nomes como Thiago Neves, Robinho, De Arrascaeta, Barcos, entre outros, dava sempre a impressão de que o Cruzeiro poderia jogar mais. Mas que torcedor vai se queixar com tantos pôsteres na parede?

A final desta quarta, por sinal, tinha o dedo de Mano Menezes nas duas equipes. Foi ele quem iniciou o período mais glorioso da história do Corinthians ao assumir o clube paulista em 2008. Logo no primeiro ano, foi além da meta de voltar à primeira divisão e levou ao time à final da Copa do Brasil – perdeu a decisão para o Sport. No ano seguinte, impulsionado pela revolucionária contratação de Ronaldo Fenômeno, conseguiu os títulos paulista e da própria Copa do Brasil. O sucesso o levou à seleção, mas com Tite e Fábio Carille o Corinthians seguiu o padrão de Mano: equipes bem montadas na defesa, com atacantes-marcadores, pragmáticas e… extremamente vencedoras. Exatamente como o Cruzeiro de Mano, o único bicampeão da Copa do Brasil da história.

“Acho que o pessoal vai ter mais um pouquinho de tolerância com minha maneira defensiva de jogar. Existem maneiras de se ganhar, eu tenho meu estilo, acredito no que faço e os jogadores também acreditam nele. Por isso somos bicampeões, eu como técnico e eles como jogadores”, afirmou o treinador de 56 anos, na saída do gramado.

Sua filosofia foi criticado sobretudo nas partidas em Belo Horizonte. Antes da decisão, o Cruzeiro eliminou Atlético-PR, Santos e Palmeiras, sempre conseguindo vitórias fora de casa no jogo de ida e sem vencer nenhuma no Mineirão (dois empates e uma derrota). No primeiro jogo da final, venceu por 1 a 0, com gol de Thiago Neves, e apesar de ter criado várias chances, se preocupou mais el não levar um gol do que marcar o segundo.

“Sabíamos que a vantagem do primeiro tempo do jogo de ida era importante e não podíamos tomar o gol. A vantagem era boa”, afirmou Mano na madrugada desta quinta-feira, justificando sua estratégia. “Ficamos 100% fora de casa na competição. A equipe tem competência, sabe jogar e esse é o segredo.”

A aposta de Mano valeu a pena, já que além da exuberante premiação da Copa do Brasil, o time garantiu uma vaga na Copa Libertadores de 2019, o que complicado via Brasileirão – o time ocupa apenas a 10ª posição. Agora, terá dois meses tranquilos até o início das férias.

 

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