“Lavo minhas mãos toda hora e quando dá passo álcool.” É assim que o feirante Lourival dos Santos, de 69 anos, tem se protegido da epidemia de coronavírus que assola o Brasil. Lourival, que é integrante do grupo de risco, atende a dezenas de clientes diariamente em sua barraca de frutas na zona norte de São Paulo. Apesar de preferir o pagamento da compra no cartão de débito e crédito, também aceita dinheiro e explica que não tem condições financeiras de acatar o isolamento.
“Tenho medo, mas já vi coisas piores. O problema não é parar de trabalhar, é como se manter”, diz o feirante.
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Para aqueles que, como Lourival, trabalham em comércio, como supermercados, armazéns e feiras livres, os serviços durante a quarentena decretada pelo govenrado de São Paulo, João Doria, estão liberados. No entanto, para não se contaminar, a atenção à higiene das mãos deve ser redobrada. É o que explica Raquel Muarrek, infectologista da Rede D’or.
“Se vai ter que mexer no dinheiro, o ideal é utilizar álcool gel após cada transação”, orienta Raquel.
Como a higienização das mãos nem sempre é possível com tanta frequência, alguns funcionários de serviços considerados essenciais estão optando pela utilização de luvas cirúrgicas. No entanto, Muarrek explica que o cuidado deve ser redobrado: “A contaminação pode acontecer na hora de retirar as luvas, por isso o ideal é o álcool gel."
Máscaras cirúrgicas também não devem ser usadas por todos que estão trabalhando. Segundo a infectologista, esse tipo de proteção é indicado para quem tem que interagir com diferentes pessoas a menos de um metro e meio de distância para evitar a contaminação por gotículas de saliva, como é o caso de Lourival.