14/02/2020 às 17h36min - Atualizada em 15/02/2020 às 17h51min

Cuidados para a folia do carnaval não se transformar em problemas para a saúde

A audição é um sentido muito sensível e vulnerável ao barulho, exposição a sons com intensidade igual ou maior do que 85 decibéis pode gerar danos irreparáveis. É possível que ocorram lesões na membrana timpânica e nos ossículos do ouvido e, em situações mais graves, pode haver lesão da porção mais interna do ouvido, resultando em lesões auditivas irreversíveis.

DINO
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Foto: Reprodução


O carnaval está chegando e, com ele, a previsão de muita bagunça, música alta e barulho de todos os tipos. Porém, o que é motivo de alegria e comemoração, pode se tornar um problema, com consequências desagradáveis e negativas à saúde. Isso porque a audição é um sentido muito sensível e vulnerável ao barulho, algo bastante comum durante os dias de festas carnavalescas, e pessoas expostas a ambientes com barulho excessivo podem ter a audição seriamente comprometida.


Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Otologia, Dr. Edson Ibrahim Mitre, exposição a sons com intensidade igual ou maior do que 85 decibéis pode gerar danos irreparáveis à audição. “Para que a pessoa saiba se o ambiente está com volume excessivo e gerando riscos é importante prestar atenção a alguns detalhes. Em tendo dificuldades para entender o que um interlocutor nos diz, ou então, se ao falarmos necessitamos aumentar a intensidade da voz, estaremos em um ambiente sonoro insalubre”, alerta o médico.


Cornetas, buzinas, tambores, entre outros apetrechos musicais, também podem se tornar um problema quando acionados muito próximos ao ouvido, podendo causar graves prejuízos à saúde auditiva. “É possível que ocorram lesões na membrana timpânica e nos ossículos do ouvido. Em situações mais graves, pode haver lesão da porção mais interna do ouvido e, com isso, determinar lesões auditivas irreversíveis”, revela o profissional, membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).


Para se proteger e minimizar o risco de alguma lesão, o otorrinolaringologista indica o uso de protetores auriculares. “Esse tipo de equipamento pode colaborar na redução da exposição ao barulho, seja para quem vai a um baile de salão, bloco de rua ou sambódromo, por exemplo”. De acordo com o profissional, lesões que acometam a membrana timpânica e ossículos podem ser tratadas com cirurgia, enquanto as lesões na porção mais interna dos ouvidos causam danos irreversíveis e o tratamento é mais complexo e com resultados muito limitados.


Segundo o médico, outros órgãos que merecem atenção são o nariz e a garganta. “Muitas pessoas gostam de se divertir com brinquedos de espuma, plástico ou algum tipo de massa industrializada. Muitas vezes esses objetos podem conter, dentre seus componentes, algum item tóxico. Durante a folia, acidentalmente, isso pode acabar sendo inalado ou engolido, causando reações alérgicas como irritação, coceira ou inchaço. Neste caso, o mais indicado é lavar a área afetada com água e não esfregar o local, seja com as mãos ou qualquer objeto. Caso o problema perdure, é recomendado procurar por um especialista para a correta avaliação”, finaliza Dr. Edson Ibrahim Mitre.

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