Quatro tendências, um assunto: empatia. Colocando a experiência humana no centro do RH e do recrutamento. É assim que começa o Relatório sobre Tendências Globais de Talentos 2020, publicado pelo LinkedIn em janeiro. E continua: "Com a chegada de 2020, a empatia vai redesenhar a forma como as empresas contratam e retêm seus talentos".
Segundo o estudo do LinkedIn, são quatro as principais tendências para este ano: a experiência vivida pelo funcionário, a análise de pessoas, o recrutamento interno e as equipes multigeracionais.
"Cada vez mais, as empresas irão investir nos seus colaboradores, seja sob aspectos gerais, enquanto time, seja no um a um, entendendo a individualidade de cada profissional", afirma Jorge Matos, presidente da ETALENT (https://etalent.com.br), empresa de tecnologia especializada na gestão do comportamento.
A seguir é apresentada uma análise sobre as quatro tendências que vão movimentar o mercado de gestão de pessoas. Confira.
Employee Experience (EX)
As empresas estão começando a trabalhar para os colaboradores. As equipes de RH se empenham em proporcionar uma experiência para o funcionário, de modo a aumentar a retenção de talentos e melhorar a percepção sobre a marca empregadora.
"Employee Experience (EX) vai muito além de manter a equipe engajada; diz respeito a tudo o que o colaborador observa e sente, e suas interações como parte da empresa. Mais do que estabelecer métricas de avaliação de performance e dar feedbacks, as empresas devem colaborar ativamente com seus funcionários para criarem juntos uma experiência que funcione para todo mundo", explica Jorge Matos.
Além disso, pesquisas comprovam que dar atenção à experiência do funcionário aumenta a produtividade e torna a empresa mais bem adaptada às diferentes gerações.
People Analytics
Já se foi o tempo em que somente as grandes corporações tinham acesso a ferramentas para gerar dados sobre pessoas. Hoje, isso mudou. O estudo indica que a coleta e o uso de dados na análise de pessoas cresceram quase 250% em 5 anos. Mas cabe enfatizar que People Analytics engloba muito mais do que mensurar indicadores de performance individual.
"Entre outras funções, a análise de dados de pessoas pode e deve ser usada para identificar lacunas no desempenho dos colaboradores, mensurar o Employee Experience, qualificar as formas de recrutamento e determinar as demandas do RH", diz Jorge Matos.
Dado o grande número de possibilidades que essas análises oferecem, 73% dos respondentes afirmam que a análise de pessoas é uma das prioridades de sua empresa nos próximos cinco anos.
Recrutamento interno
Prática comum no passado, mas que perdeu força nas últimas décadas, o recrutamento interno de talentos está gradualmente retomando espaço. O remanejamento dentro das organizações (seja por promoção, transferência ou movimentação lateral) cresceu 10% nos últimos cinco anos.
As empresas, ao optarem por buscar entre os seus funcionários o candidato para ocupar uma vaga em aberto, perceberam melhora na retenção de talentos, aceleração da produtividade do "novo" contratado e agilização na contratação.
"Mas, para obter os melhores resultados no processo de recrutamento interno, é preciso levar em consideração os conhecimentos, as habilidades e o comportamento dos colaboradores - conceito do Cubo de Competências da ETALENT -. Neste sentido, quanto mais candidatos concorrerem, provavelmente mais acertada será a escolha", orienta Jorge Matos.
Equipes multigeracionais
Com o aumento da expectativa de vida e o ingresso de profissionais cada vez mais jovens no mercado de trabalho, as empresas têm agrupado profissionais de diferentes gerações - literalmente dos 18 aos 80 anos.
Por isso, as empresas devem focar esforços em descobrir o que estes times heterogêneos podem oferecer de melhor, criando condições para a colaboração e a troca de conhecimentos e experiências entre todos, beneficiando-se, assim, das potencialidades de cada geração.
"A pergunta que fica é: sua empresa está preparada para acompanhar as tendências de Recrutamento para 2020? O grande desafio é provocar nos líderes e nas equipes o sentimento de empatia, que eles entendam e valorizem a importância do capital humano em todos os processos corporativos", finaliza Jorge Matos.