30/01/2020 às 09h59min - Atualizada em 30/01/2020 às 09h59min
Regina Duarte na Cultura é feliz acerto de Bolsonaro
R7
Foto: Reprodução A área de Cultura, em todos os governos, sem exceção, é um cafofo em que se reúnem pessoas que se levam em alta conta intelectual, mas normalmente são solenemente ignoradas pela plateia composta de 200 milhões de brasileiros ocupados em pagar boletos e sobreviver. É, a rigor, um órgão desprestigiado, sem verbas, incapaz de interferir diretamente na produção cultural do país.
Não, não estou dizendo que a pasta, a secretaria, a repartição deva ser fechada. É legal que exista. Existem leis de fomentos e patrocínios que foram criadas em gestões anteriores e ajudaram muito a girar a roda da chamada economia criativa.
Recursos para o Audiovisual e, principalmente a odiada, crucial, aviltada, deturpada e alvo da mais nefasta e desonesta campanha de desinformação da história da civilização ocidental, a famigerada Lei Rouanet são exemplos de iniciativas regulatórias que – polêmicas e fake news à parte – geraram milhares de empregos e milhões de reais circulando na indústria do entretenimento.
Mas arte, produção, escolha de autores, repertório, peças teatrais ou playlist de corais de coreto não devem ser responsabilidade de governo nenhum. Se não for por questões constitucionais ou ideológicas, a absoluta ausência de dinheiro impediria qualquer ambição nesse sentido.
A dotação que o ex-secretário Roberto Alvim havia reservado para seu “ambicioso” projeto de uma produção cultural patriótica era de R$ 20 milhões. Essa aparente fortuna não paga metade da produção de um musical como "O Fantasma da Ópera". É mixaria num país continental.
Que a chegada de Regina Duarte à secretaria de Cultura trará alguma graça e inegável empatia, só torcidas partidárias negarão. A sua figura pública, o sorriso aberto, o assumido conservadorismo de uma moça bem-criada e filha de militar foi um acerto do presidente Bolsonaro. O resto a gente sabe que não será fácil.