05/09/2018 às 22h21min - Atualizada em 05/09/2018 às 22h21min
Polícia Federal conclui que Michel Temer recebeu propinas da Odebrecht
Inquérito sobre supostos repasses ilícitos da Odebrecht ao MDB foi enviado ao STF...
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Cesar Itiberê/PR - 22.8.18 A Polícia Federal concluiu que o presidente Michel Temer recebeu da empreiteira propinas de ao menos R$ 1,43 milhão por meio de intermediários. A afirmação consta no inquérito da PF que foi enviado nesta quarta-feira (5) ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre supostos repasses ilícitos da Odebrecht ao MDB.
O delegado Thiago Machado Delabary sustenta no relatório que há indícios de que o presidente Michel Temer praticou os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Com base nas provas apresentadas, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve decidir se denuncia o presidente pela terceira vez.
A Polícia Federal também cita que os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia) foram corrompidos.
Por meio de sua assessoria, Temer criticou a conclusão do inquérito e reiterou que todos os registros de doações da Odebrecht ao partido foram declarados ao Tribunal Superior Eleitoral.
“Agora, sem conseguir comprovar irregularidades nas doações, o delegado aponta supostos pagamentos ocorridos em março como prova dos crimes, ou seja, dois meses antes do jantar. A investigação se mostra a mais absoluta perseguição ao presidente, ofendendo aos princípios mais elementares da conexão entre causa e efeito", afirmou a assessoria de Temer à TV Globo.
O inquérito foi aberto em abril do ano passado no STF , mas passou a ter o presidente como um dos alvos apenas em março, após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O caso é relatado pelo ministro Edson Fachin e as investigações tiveram início a partir das delações de Marcelo Odebrecht e de Cláudio Melo Filho, representantes da construtora que, num jantar no Palácio do Jaburu, afirmaram teram acertado com Temer e aliados o repasse ilícito de R$ 10 milhões em recursos em 2014.
Além desse inquérito, o presidente Michel Temer é também investigado em outros três processos. Dois deles estão travados por conta de decisões da Câmara dos Deputados que impediram o andamento das ações enquanto Temer ocupar a Presidência da República. Já o quarto inquérito está em andamento e apura suposto pagamento de propina a Temer no âmbito da edição do chamado Decreto dos Portos.