Conciliar os compromissos de aulas, provas, atividades extracurriculares com a vida pessoal é uma tarefa difícil para o estudante de medicina. A maior parte do seu tempo, passa-se dentro da faculdade ou nos estágios e muitas vezes as práticas espirituais podem ficar em segundo plano, ou mesmo, adiadas na correria cotidiana.
Na faculdade de medicina FACERES, em São José do Rio Preto, a espiritualidade é trabalhada na formação do aluno para lidar com as dores físicas, emocionais e doenças de outro ser humano por meio da disciplina de Finitude e Espiritualidade. “O propósito é despertar nos estudantes um olhar mais abrangente em relação ao paciente, que saibam lidar com a fé - não necessariamente ligada a uma religião -, que traz efeitos positivos sobre quem passa por algum sofrimento, seja físico, emocional ou mental”, diz o mantenedor da FACERES, Dr. Toufic Anbar Neto.
A coordenadora do curso de medicina da FACERES, Profa. Dra. Patrícia Cury, é responsável pelas aulas e julga essencial o ensinamento do tema dentro da universidade. “A disciplina é muito importante para que os universitários pensem no paciente como ser humano, com suas angustias e medos, relacionados principalmente quando se deparam com a sua própria finitude. Cada um tem sua fé, sua religião, seus dogmas, e é importante respeitar cada uma delas”, afirma a docente.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu oficialmente e inseriu a espiritualidade em seu conceito de saúde. Espiritualidade vai muito além de religião, é ter crença, fé, e pensamentos positivos somados a gratidão, perdão e reconhecimento, sentimentos que já foram comprovados que aumentam as chances de cura ou a melhora do quadro de saúde do paciente e na outra ponta, fortalecem o profissional de medicina que lidam com sofrimentos e perdas dos pacientes.
As aulas são realizadas dentro do eixo de Ética e Humanização e aplicadas no 6º semestre do curso. Entre os temas abordados estão: cuidados paliativos, envelhecimento e morte, eutanásia, história da morte da civilização ocidental, religiosidade e espiritualidade, comunicação no final da vida e experiência de quase-morte. “Essa disciplina ressalta a importância de preparar o estudante para as lidar com as adversidades inerentes à profissão como a morte, de uma forma sublime, pois o médico, acima de tudo é um profissional que cuida do ser humano”, ressalta Dra. Patrícia Cury.