Estudar nos Estados Unidos, país que abriga algumas das melhores universidades do mundo, é um projeto de muitos brasileiros. No entanto, há uma longa lista de etapas a ser cumprida para concretizar esse sonho. Candidatar-se a uma vaga em uma universidade norte-americana passa por escolher a instituição mais apropriada ao seu perfil, reunir e traduzir documentação, fazer prova de proficiência em inglês, escrever os essays (redações em que o candidato fala de si e de suas motivações), entre outros passos.
O interessado também poderá ter que se inscrever em um processo de seleção para bolsas de estudo, caso não tenha renda suficiente para arcar com os estudos, o que é frequente. O processo como um todo demanda muita pesquisa, paciência e perseverança e muitos estudantes ficam perdidos em meio a tanta burocracia. O que poucas pessoas sabem é que o próprio governo norte-americano facilita as candidaturas, disponibilizando a orientação necessária.
Vinculado ao Departamento de Estado dos Estados Unidos, o EducationUSA é um programa de atendimento a interessados em estudar no país, presente em mais de 170 países. Somente no Brasil, existem 41 escritórios do EducationUSA. No Distrito Federal, o único escritório funciona na unidade da Asa Norte da Casa Thomas Jefferson, centro binacional de ensino de língua inglesa e difusão da cultura norte-americana.
O escritório do EducationUSA em Brasília também atende remotamente Uberlândia (MG), onde a Casa Thomas Jefferson tem uma unidade. O atendimento é aberto a toda a comunidade, com oferta de serviços gratuitos e pagos. Os serviços pagos, no entanto, são subsidiados pelo governo norte-americano, com valores bem mais em conta em relação aos praticados por escritórios particulares especializados em prestar esse tipo de assistência.
Segundo Jefferson Couto, orientador do EducationUSA em Brasília, o escritório presta gratuitamente informações gerais, mas receber orientação individualizada custa entre R$ 60 e R$ 85 dependendo do tipo de orientação desejada, que pode ser sobre candidatura a programas de inglês ou a programas que ofereçam algum tipo de grau ou especialização. O escritório também oferece os serviços de biblioteca, tradução de documentos, e revisão de textos.
O orientador explica que essa revisão não é gramatical e sim uma avaliação da adequação do texto ao perfil de essay solicitado pelas universidades. No escritório é possível obter orientação em questões como escolha da universidade, solicitações de bolsa de estudos, processo de candidatura, vistos de estudo e orientações pré-partida.
Além disso, o EducationUSA oferece pacotes de encontros a R$ 60 cada para quem deseja orientação do início ao fim do processo de candidatura. "O maior pacote conta com 17 encontros e o menor, com oito. A ideia do pacote é motivar as pessoas a não desistirem do processo. Se você achar pouco, pode continuar adicionando horas pelo mesmo valor", ressalta Jefferson.
Com a orientação que recebeu no escritório, o estudante Lucca Ouriques Magalhães, 19 anos, conseguiu ser aceito no curso de Engenharia da Universidade do Arizona. A ajuda foi fundamental já que, na primeira vez em que tentou a candidatura, por conta própria, Lucca não foi bem-sucedido.
"A primeira tentativa foi bastante estressante. Eu não planejei muito bem e acabei escolhendo as chamadas dream universities. São universidades que, geralmente, têm uma taxa de aceitação baixíssima, como o MIT, Stanford e outras. Acabei aplicando somente para essas, sem escolher outras, que também possuem uma educação boa, mas não são tão conhecidas", relata.
Segundo ele, quando o EducationUSA entrou em cena, as coisas fluíram melhor. "Eu fui estudante da Casa Thomas Jefferson por seis anos. Eu já conhecia o trabalho do pessoal do escritório. Procurei eles não só porque têm um conhecimento profundo do processo de application, mas também oferecem excelentes serviços de tradução. Creio que o fato de diversificar na escolha de universidades foi algo chave para poder passar em mais instituições", afirma.
Além de ser aceito na universidade, Lucca conseguiu uma bolsa de US$ 35 mil ao ano, conquistada graças às suas notas no Ensino Médio e à boa pontuação obtida no SAT, exame que serve de critério para admissão nas universidades norte-americanas. Ele também fez o TOEFL, exame de proficiência em inglês.
A mãe de Lucca, Luciâne Ouriques Ramos Magalhães, é só elogios para o trabalho do EducationUSA. "Mesmo o processo de ingresso sendo um pouco complicado, com a devida orientação, se torna simples. Eles também nos auxiliaram em relação às bolsas de estudos, algo que muitos estudantes internacionais visam, demonstrando a quantidade de opções que existem tanto dentro quanto fora das instituições educacionais", comenta a mãe.
Estudante do 3° ano do Ensino Médio em um colégio particular, Luís Davi Oliveira de Almeida Campos, 18 anos, espera estar na mesma situação de Lucca já no ano que vem. Após receber orientação do EducationUSA, o jovem enviou em novembro a documentação para a early application e candidatou-se tanto a uma vaga quanto a uma bolsa de estudos na Escola de Administração da Universidade da Pensilvânia. O resultado da candidatura sai em dezembro.
Caso não seja aceito na Pensilvânia, Luís Davi já tem alternativas em vista: está com a documentação engatilhada para se candidatar a vagas na Georgetown University, em Washington, e na Babson College, em Massachussets. As duas escolas divulgam o resultado das candidaturas em abril. Nos Estados Unidos, o período letivo começa em setembro.
"A orientação do escritório foi importante principalmente para selecionar as universidades e escrever os essays. Também foi fundamental para que eu soubesse que tipo de bolsa pedir. Inicialmente, pensei em pedir bolsa por mérito, mas são muito mais difíceis de conseguir, porque são muito concorridas e há poucas disponíveis. Então, acabei solicitando bolsa por necessidade", relata.
Para quem sonha com uma graduação nos Estados Unidos, o melhor momento para começar a pensar na candidatura é o 2° ano do Ensino Médio, aconselha o orientador do EducationUSA em Brasília, Jefferson Couto.