À medida que uma pessoa envelhece, ela fica mais suscetível ao desenvolvimento de cânceres em geral. Essa afirmação, do oncologista e diretor da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), Dr. Hézio Fernandes, revela um dos principais fatores de risco do câncer de próstata, foco de diagnóstico para o mês de novembro.
De acordo com o médico, nesse tipo de câncer, a imensa maioria dos homens é diagnosticada somente depois dos 60 anos. No entanto, segundo ele, os maiores acessos a urologistas, campanhas de detecção precoce e maior sensibilidade dos métodos de diagnóstico têm contribuído para que haja um aumento de resultados, muitas vezes em homens mais jovens. É por isso que as inúmeras campanhas feitas são importantes.
Dr. Hézio adiciona outros fatores de risco para os quais o indivíduo deve estar atento: "obesidade e sedentarismo também podem contribuir para maior chance de desenvolvimento de tumores prostáticos." Além desses, há também o histórico familiar e a exposição a substâncias químicas como fuligem e hidrocarbonetos.
A importância do diagnóstico precoce
Em relação aos sintomas do câncer de próstata, o oncologista alerta sobre a importância da realização de exames antes mesmo da aparição de algum sinal.
O diretor da SBC explica o problema do diagnóstico tardio como o fato de que "a enorme maioria dos sintomas relacionados ao câncer propriamente dito estão relacionados com a doença avançada." Dessa forma, ele ressalta que jamais se deve aguardar o aparecimento de sinais para realizar exames, afinal, os melhores resultados de tratamento, inclusive de cura, são quando há a detecção do tumor em fases iniciais.
Há uma estratégia para resolver esse problema, explica o médico, que seria o "screening", que consiste em toque retal e dosagem do PSA, ou rastreamento de homens assintomáticos. O foco dessa técnica seria o de encontrar tumores em fases precoces para que seja promovido o tratamento curativo. O ideal, completa Fernandes, seria o início do rastreamento a partir dos 50 anos.
Câncer de próstata: estatísticas
Segundo dados do Ministério da Saúde, o câncer de próstata é a segunda maior causa de morte por câncer entre os homens no Brasil, com casos registrados de mais de 14 mil mortes. Segundo a American Cancer Society, 1 em cada 5 novos casos de câncer nos homens são os de próstata.
De acordo com o oncologista Dr. Hézio Fernandes, o tratamento pode variar, desde simples observação até o tratamento cirúrgico. Ele finaliza ao dizer que, atualmente, novas drogas e estratégias de abordagem têm contribuído com maior qualidade de vida para os pacientes.