A categoria de auditores fiscais federais agropecuários tem 2 mil e 700 auditores fiscais federais agropecuários na ativa. Para o presidente do Anffa Sindical, 22 fiscais investigados por desvios não vão manchar o nome de uma categoria, que atua há mais de 100 anos com extremo zelo e responsabilidade em prol da segurança alimentar, certificando os produtos que chegam à mesa dos brasileiros. O presidente complementa: "queremos que haja apuração rigorosa e punição, quando for o caso". Ele garante ainda que os auditores fiscais que forem considerados culpados pela justiça serão expulsos do sindicato.
Porto explica ainda que o sindicato dos auditores fiscais federais agropecuários está atento e colaborando com a Operação Carne Fraca desde o início do processo, há mais de dois anos. Foi um auditor fiscal que era delegado sindical do Anffa no Paraná que fez a denúncia que resultou na operação. Reitera, ainda, que há um histórico de denúncias do mesmo tipo já apresentadas pelo próprio sindicato ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) ao longo de mais de dez anos.
Para o Anffa Sindical, a ocupação política de cargos eminentemente técnicos é uma das causas dos desvios que infelizmente ainda existem dentro da categoria. No entanto, há outros problemas que têm sido levantados pela entidade, como a falta de pessoal, que leva a uma carga excessiva de trabalho e uma proximidade indesejável entre agentes públicos e a empresa fiscalizada. "Depois da Carne Fraca, uma parceria entre o Anffa Sindical e o Mapa resultou numa série de medidas para que as falhas observadas no passado e detectadas pela 4ª fase da Operação Carne Fraca não ocorram mais. É o caso da verticalização, do rodízio de auditores que não permanecem mais por muito tempo no mesmo frigorífico, do fortalecimento das corregedorias e da implantação de auditorias internas mais rigorosas. Todas essas medidas mitigam o problema que é central, que é a falta de pessoal", explica Porto.
O presidente destaca, ainda, que é necessário reforçar a fiscalização agropecuária federal. "Há uma tentativa de desmoralizar a categoria com vistas à terceirização da inspeção federal. Esse é o caminho mais maléfico para o cidadão brasileiro e para as exportações. Vários países do mundo não compram carnes se o produto não for fiscalizado por um ente público", explica. No caso da quarta fase da operação realizada nesta terça-feira, 1º/10, apenas 22 dos 68 investigados são auditores fiscais federais agropecuários. Há ainda 46 investigados que são outros profissionais, muitos deles pagos pelas indústrias.
O Anffa Sindical defende, como sempre defendeu, que todos que cometeram atos ilícitos sejam investigados, condenados e punidos, como já ocorreu com alguns dos auditores e empresários identificados na primeira fase da Carne Fraca. Cobra, porém, que os políticos denunciados, inclusive pelo ex-superintendente pivô da Operação, também sejam investigados.
"O processo de controle da proteína animal no Brasil é um dos mais rigorosos do mundo e, mesmo em meio à crise da Operação Carne Fraca, estamos avançando na fiscalização". Esta é a avaliação de Maurício Porto, que também acredita que há uma campanha em prol do desmantelamento da inspeção federal de produtos de origem animal, talvez até com o objetivo de impedir que novas fraudes sejam detectadas e denunciadas pelos auditores fiscais federais agropecuários.
Sobre os Auditores Fiscais Federais Agropecuários
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) é a entidade representativa dos integrantes da carreira de Auditor Fiscal Federal Agropecuário. Os profissionais são engenheiros agrônomos, farmacêuticos, químicos, médicos veterinários e zootecnistas que exercem suas funções para garantir qualidade de vida, saúde e segurança alimentar para as famílias brasileiras. Atualmente existem 2,5 mil fiscais na ativa, que atuam nas áreas de auditoria e fiscalização, desde a fabricação de insumos, como vacinas, rações, sementes, fertilizantes, agrotóxicos etc., até o produto final, como sucos, refrigerantes, bebidas alcoólicas, produtos vegetais (arroz, feijão, óleos, azeites etc.), laticínios, ovos, méis e carnes. Os profissionais também estão nos campos, nas agroindústrias, nas instituições de pesquisa, nos laboratórios nacionais agropecuários, nos supermercados, nos portos, aeroportos e postos de fronteira, no acompanhamento dos programas agropecuários e nas negociações e relações internacionais do agronegócio. Do campo à mesa, dos pastos aos portos, do agronegócio para o Brasil e para o mundo.
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