De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), a contabilidade figurou entre as seis profissões de nível superior que mais contrataram em 2018 no Brasil, com quase 17 mil vagas abertas. No entanto, a remuneração ainda é desproporcional à média internacional. O salário anual gira em torno de R$ 4.631 no país, segundo dados da Catho. Já nos Estados Unidos, o Bureau of Labor Statistics, unidade do Departamento de Trabalho do governo norte-americano, aponta valores próximos dos US$ 47 mil.
Essa remuneração pode ser ainda mais convidativa e chegar a US$ 100 mil para profissionais que obtêm certificações com validade no Exterior. É o caso da ACCA (Association of Chartered Certified Accountants), cujo reconhecimento é aceito em mais de 180 países e extensivo a quem trabalha nas áreas de administração e finanças. Com o apoio de novas tecnologias como as de big data, somado à crescente padronização internacional das operações de contabilidade, os candidatos que recebem essa chancela passam a fazer parte de uma elite mundial de especialistas.
Em geral, quem obtém esse certificado ocupa postos estratégicos e de liderança em multinacionais ou órgãos governamentais, tendo aval para assinar balanços e demonstrativos financeiros sem a necessidade de validação de diplomas locais. Cerca de 208 mil profissionais detêm esse título em nível global e outros 503 mil participam do programa preparatório.
O processo de qualificação pode ser realizado online, mas é inteiramente ministrado em inglês e a duração gira em torno de três a quatro anos. É necessário também ter três anos de experiência profissional comprovada no setor antes ou depois de concluir a certificação. Ao todo são três níveis preparatórios, que contemplam 13 exames. Profissionais graduados em contabilidade conseguem eliminar quatro desses exames. No Brasil, existe apenas um centro de formação chancelado pela entidade, com aulas e simulados presenciais e virtuais.
O custo aproximado para conquistar a certificação completa é de R$ 30 mil, um investimento bem inferior ao de um programa de MBA em um centro de ensino de excelência no Brasil – cerca de R$ 75 mil.