24/07/2018 às 01h02min - Atualizada em 24/07/2018 às 01h02min

Janaína Paschoal diz que vai esperar 'uma luz' para decidir sobre ser vice de Bolsonaro

A advogada contou que sonhava em ser a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, que ficou conhecida como “Dama de Ferro” pelo estilo de governar.

A advogada Janaína Paschoal, cotada para vice de Jair Bolsonaro (PSL), disse que quis ser "contundente" em seu discurso na Convenção Nacional do PSL para a nação entender o que ela pensa. A fala, admite, teria sido uma surpresa até mesmo para presidenciável. Em entrevista ao GLOBO, a advogada contou que sonhava em ser a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, que ficou conhecida como “Dama de Ferro” pelo estilo de governar. Janaína, se eleita vice, garante ter uma liderança mais branda, mas já adianta que não será uma vice figurativa.

Existia uma expectativa para que a senhora fosse anunciada hoje como vice. Por que não foi?

Foi muito importante eu ter vindo e ter deixado mais claro o meu pensamento, porque isso é uma parceria de projeto de vida. Muda a minha vida, a do Bolsonaro e das pessoas. Preciso deixar claro que se for para abraçar isso é uma adesão. Preciso avaliar se essa soma é possível.

Além da maioridade penal, quais os outros pontos de divergências entre a senhora e Bolsonaro?

Temos que discutir tudo e conversar mais. É preciso ver como essa fala (Janaína se posiciona contra a diminuição da maioridade penal) será aceita pelos seguidores de Bolsonaro. Eu tenho falado que buscar a unanimidade é muito ruim. Temos hoje uma dominação das mentes e temos que libertá-las para que as pessoas possam recuperar o juízo crítico. Para isso não tem como exigir adesão. As pessoas se unem e eventualmente têm até divergências, mas, com a apresentação de projetos, uma vai influenciado a outra . Não pode ser um a via de mão única. Na semana passada, o Josué (Gomes, empresário filiado ao PR, cotado para vice do tucano Geraldo Alckmin) disse que vice não manda nada e não pode atrapalhar. Desculpa, não dá para aguentar uma frase dessa.

Então, para a senhora essa posição não faria sentido?

De jeito nenhum. Por isso eu quis deixar isso muito claro. Para que vir aqui falar o que todo mundo quer ouvir? Para ganhar um cargo? Não é por aí. Não tem como negar o que você pensa, o que ensinou, o que escreveu, porque senão não faz sentido. Isso não significa que eu quero impor minha vontade.

O que deve pesar na sua decisão?

Vou pensar muito, ver se vem uma luz. Eu acredito que a gente tem sinais.

O seu discurso foi uma surpresa para Bolsonaro?

Eu já havia conversado com ele, mas talvez meu discurso tenha sido mais contundente. Quis ser mais contundente para deixar tudo claro para a nação. Não senti que desagradou ninguém, as pessoas (do PSL) são muito acolhedoras. Se pessoas se sentiram desagradadas, isso também é inerente à democracia.

Caso sua candidatura como vice não se confirme, qual será o seu futuro político?

Já descartei que não serei candidata ao governo de São Paulo. Estava na dúvida da Assembleia, mas vou dar uma fechada para balanço antes de decidir. Vou conversar com minha família.

É verdade que quando criança a senhora queria ser a Margaret Thatcher (primeira-ministra britânica, de 1979 a 1990)?

É. Quando criança a professora pediu que escrevêssemos que artista queríamos ser e eu escrevi Margaret Thatcher. Eu era bem pequena. Sempre acompanhei jornal e política. Sempre fui um tipo estranho.

Como vice, a senhora vai adotar o estilo dela?

Não. Talvez na austeridade e na proposta de liberdade individual sim, mas acho que sou um pouco mais branda. Quando preciso, a gente fica mais firme, mas, neste momento, o tom conciliador é mais importante.

O fato de Bolsonaro desejá-la como vice é um aceno para o eleitorado feminino, que ele tem dificuldade?

Não só para o eleitorado feminino, mas também para trazer pessoas que se sentem excluídas, independentemente de serem homens ou mulheres. Agora, preciso saber se vou ter espaço para representar essas pessoas, porque eu não posso trazer os votos e depois não ter espaço. Esse é o centro da decisão.

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