A partir de 22/9, a FAOA – Faculdade de Odontologia da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas) dá início ao curso de “Habilitação em Odontologia Hospitalar” – com 18 meses de duração e 371 horas/aula – sob coordenação de Fernando Martins Baeder. O cirurgião-dentista diz que, cada vez mais, vem se tornando obrigatória a presença de um profissional da Odontologia na equipe multidisciplinar que atende a Unidade de Terapia Intensiva dos hospitais. “Nosso objetivo é cuidar da saúde bucal dos pacientes internados e daqueles pacientes com doenças associadas que contraindiquem atendimento odontológico ambulatorial, evitando que uma possível infecção nos dentes ou tecidos moles possa agravar ainda mais seu estado de saúde”.
Dentro dos cuidados paliativos – especialidade que surgiu mais recentemente para cuidar de pacientes com doenças crônicas ou de prognóstico reservado – o cirurgião-dentista também tem um vasto campo de trabalho pela frente. “Quando atingem um estágio avançado de determinadas doenças, os pacientes podem sentir muita dificuldade para mastigar e engolir alimentos, o que acaba comprometendo ainda mais a saúde em geral. Além disso, há todo um aspecto limitante que acaba comprometendo sua autoestima. Por isso, temos de estar muito bem preparados para lidar com esse tipo de situação e levar o máximo conforto possível ao paciente”.
Baeder diz que cabe ao cirurgião-dentista habilitado em Odontologia Hospitalar estabelecer um protocolo de tratamento odontológico ou um programa de manutenção no momento da admissão do paciente na UTI ou no setor de cuidados paliativos, partindo do princípio de que problemas bucais prévios são muito comuns. “Esse profissional tem várias outras atribuições: atua na prevenção e no diagnóstico das condições bucais prevalentes; identifica as doenças bucais; realiza limpeza e proteção das feridas orais; previne acidentes (deglutição de dentes com mobilidade, traumas decorrentes de mordidas na mucosa oral); além de eliminar processos inflamatórios e infecciosos”.
Quando o paciente está conectado a sondas e aparelhos respiratórios, é fundamental que o cirurgião-dentista preste atenção se há desconforto e dor, se essa situação está favorecendo o aparecimento de aftas, irritação ou sangramento da gengiva, dano tecidual, alterações no paladar ou halitose. “O paciente não deve se acostumar à dor. Por isso, é imprescindível a melhor comunicação possível entre paciente, cirurgião-dentista, médicos e familiares. Só assim podemos garantir ao doente o conforto necessário durante essa fase tão delicada, pelo menos no que diz respeito à saúde bucal”.
*Mais informações sobre o curso para Habilitação em Odontologia Hospitalar da FAOA: http://faoa.edu.br/index.php/curso/93/atualizacao/habilitacao-em-odontologia-hospitalar