A Justiça do Rio de Janeiro aceitou, nesta terça-feira (26), uma queixa-crime protocolada pelo deputado estadual Thiago Gagliasso (PL-RJ) contra a cantora Ludmilla, tornando a artista ré na ação criminal. O parlamentar acusa a funkeira de cometer calúnia, injúria e difamação, após ela chamá-lo de “racista de m****”. A decisão foi proferida pela 21ª Vara Criminal da Comarca da Capital.
O motivo do processo ocorreu em novembro de 2023, quando Gagliasso votou contra condecorar Ludmilla com a Medalha Tiradentes na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
À época, ele afirmou não ter qualquer motivação pessoal, apenas divergências ideológicas em relação ao teor de algumas músicas da cantora, incluindo a música Verdinha, considerada uma apologia explícita ao uso de maconha. O deputado também citou a ocasião em que a cantora pareceu ter esquecido a letra do Hino Nacional durante uma apresentação pública.
Em resposta, a artista gravou um vídeo no qual ela afirma que ele votou contra a medalha não por causa do teor de suas músicas, mas sim porque o parlamentar é um “racista barra pesada”. Ela relatou ter sido chamada de “macaca” pelo deputado em uma festa, algo que ele nega.
Na ação, o deputado diz que a rede social da cantora já acumulava mais de 30 milhões de seguidores, o que teria gerado danos à sua imagem.
– Em razão disso, não resta alternativa a não ser o ajuizamento dessa queixa-Crime para buscar a responsabilização criminal de Ludmilla Oliveira da Silva por ter caluniado, difamado e injuriado o querelante no dia 23 de novembro de 2023, por intermédio da rede social Instagram, para mais de 30.000.000 (trinta milhões) de seguidores, gerando graves danos à pessoa pública que é o deputado Thiago Gagliasso, ora querelante – argumenta.
A assessoria de Ludmilla disse que ela tomou conhecimento do processo nesta terça, e que se manifestará por meio dos autos no “momento oportuno”. Ela terá o prazo de dez dias para apresentar uma resposta por escrito.
