02/01/2019 às 19h33min - Atualizada em 02/01/2019 às 19h33min

No 1º pregão do governo Bolsonaro, Bolsa bate recorde histórico

O dólar comercial acompanhou o movimento otimista do mercado e fechou o dia cotado a 3,809 reais

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Wikimedia Commons/Reprodução
O primeiro pregão do governo Jair Bolsonaro foi marcado pelo otimismo do mercado. O Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, fechou o dia com máxima histórica, acima dos 91.000 pontos pela primeira vez, em meio a perspectivas favoráveis para a economia brasileira em 2019 e para o novo governo do país.

Índice subiu 3,56%, a 91.012 pontos nesta quarta-feira, 2. No melhor momento do dia, alcançou 91.478,84 pontos, também maior nível já registrado durante um pregão. A máxima anterior era de 89.820 pontos, alcançada em 3 de dezembro do ano passado.

O volume financeiro na sessão somou 15,85 bilhões de reais.

Segundo analistas econômicos, o movimento de alta está relacionado ao discurso de posse de Bolsonaro na Presidência da República e à fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre medidas de ajuste fiscal, definindo a reforma da Previdência como meta.

Outro parâmetro da economia, o dólar comercial fechou o dia em forte queda, cotado a 3,809 reais.

Para estrategistas do BTG Pactual, as perspectivas para a bolsa em 2019 são promissoras. “Esperamos que a nova administração de direita implemente grandes mudanças no funcionamento da economia”, disseram em relatório.

Profissionais da área de renda variável também atribuíam o movimento mais forte à tarde principalmente à compra de ações por agentes financeiros locais, ainda em processo de realocação de portfólios para o mês e o ano.

A melhora do petróleo, após começar a quinta-feira com viés mais negativo, chancelou a alta na bolsa brasileira. Wall Street também situava-se longe das mínimas nesta tarde, corroborando o avanço no pregão local.

“De fato tivemos boas notícias nos últimos dias”, disse um gestor, citando entre elas discurso de posse do presidente Jair Bolsonaro, considerado positivo, e apoio do PSL para a reeleição do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Além disso, houve um alívio na pressão mais negativa das bolsas no exterior; e com a virada do ano os fundos mostram nova disposição para tomar risco. “Tudo isso somado está gerando o dia bem positivo”, afirmou o gestor, que fica em São Paulo.

Câmbio

No começo do dia, o dólar comercial chegou a operar em alta ante o real sob influência do mercado internacional, onde a moeda americana avançava sobre divisas de países emergentes, como o peso chileno a lira turca, em dia de preocupações com o baixo crescimento global após dados mais fracos sobre a economia chinesa.

“O mercado vai reagir pontualmente sempre que alguém (do novo governo) fizer declarações”, disse o operador de câmbio da Necton Corretora, José Carlos Amado.

A atividade industrial da China contraiu pela primeira vez em 19 meses em dezembro, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit.

A leitura acompanha a pesquisa oficial divulgada na segunda-feira, que mostrou crescentes apertos no setor industrial do país asiático, importante fonte de empregos, e reforça a visão de que a economia está perdendo mais força.

Também na Europa a indústria expandiu apenas ligeiramente em dezembro, reforçando a percepção de desaceleração econômica global.

(Com Reuters)

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