Detalhes do plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar e matar o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foram revelados, nesta sexta-feira (28), pela Veja. A facção chegou a alugar um sítio a 48 quilômetros de Curitiba (PR) para deixar Moro em cativeiro.
O plano foi descoberto pela Polícia Federal (PF). Os criminosos queriam sequestrar Moro no domingo do segundo turno das eleições de 2022, mas ele escapou graças a um imprevisto, segundo a revista.
A investigação interceptou uma troca de mensagens por aplicativo que expôs um plano para sequestrar Moro no Clube Duque de Caxias, em Curitiba, local onde ele votou.
– Em poucos dias, os criminosos mobilizaram gente, um arsenal, carros e muito dinheiro para financiar uma operação que marcaria a chegada ao Brasil de ações comuns em países dominados por cartéis como a Colômbia e o México. A operação, abortada pela Polícia Federal, tinha o objetivo de trocar a vida de Moro pela transferência de Marcos Camacho, o Marcola, líder da organização, que está preso na penitenciária federal de segurança máxima de Brasília, para o sistema prisional estadual de São Paulo, onde está grande parte da força motriz do PCC. Os bandidos sabiam que as chances dessa negociação acontecer eram mínimas. A provável execução do ex-juiz da Lava Jato seria uma demonstração de força e poder – reportou a Veja.
A chácara que seria usado como cativeiro tinha um muro de três metros de altura e arame farpado. O único acesso era por meio de um portão de ferro.
A dona do local se chama Tânia Castro e foi procurada por uma mulher que se identificou como Luana. O contato foi feito por meio de um aplicativo de mensagens.
– Coloquei logo um preço bem alto na diária para que a cliente desistisse, mas ela topou – relatou a proprietária à Veja.
Assim que o local foi ocupado, as câmeras de segurança foram desligadas e a central de armazenamento das imagens sumiu.
Tânia ficou preocupada e decidiu ir até a chácara com um amigo policial. Eles não encontraram ninguém lá, apenas restos de refeição.
– Eu poderia ter morrido no instante em que entrei de volta na minha própria chácara. Só soube que aquele pessoal era do PCC tempos depois, quando um delegado federal me telefonou para pedir que fizesse o reconhecimento de uma das pessoas envolvidas – falou Tânia à revista.
Por meio das redes sociais, Moro comentou os novos detalhes sobre o caso.
– Em reação, trabalho, na Comissão de Segurança do Senado, pelo endurecimento das leis contra o crime organizado e o crime em geral. Ampliação do confisco de bens do crime, expansão do Banco de DNA de criminosos e criminalização do planejamento de ataques pelo crime organizado contra agentes da lei são algumas ações já tomadas em nosso mandato – escreveu o senador, no Twitter.