10/08/2022 às 08h54min - Atualizada em 10/08/2022 às 08h54min
Filha é presa por golpe milionário na mãe; obras de arte são recuperadas
A idosa de 82 anos, vítima dos crimes, é viúva de um marchand (negociador de obras de arte)
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A obra “Sol Poente”, de Tarsila do Amaral, que deu nome à operação, foi recuperado Foto: Reprodução A Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (10), a Operação Sol Poente, contra suspeitos de roubar obras de arte — entre eles, quadros de Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral — joias e relógios Rolex, além de pagamentos em dinheiro feitos pela vítima aos integrantes da quadrilha. A obra de Tarsila do Amaral, que dá nome à operação, foi recuperada pela polícia nesta manhã. A filha da vítima foi presa por participação no crime.
O prejuízo estimado é de R$ 725 milhões, de acordo com a polícia. Ao todo, são seis mandados de prisão e 16 de busca e apreensão, cumpridos em endereços na Zona Sul e nos bairros da Abolição e do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio. Três suspeitos foram presos, mas dois estão foragidos.
A idosa de 82 anos, vítima dos crimes, é viúva de um marchand (negociador de obras de arte). Parte das obras de arte roubadas, segundo a polícia, deixou o país e foram parar em Buenos Aires, na Argentina. Os suspeitos cometeram os crimes de estelionato, roubo, extorsão, cárcere privado e associação criminosa. Com a investigação, já foi possível uma recuperação de 40% do total do prejuízo informado.
A idosa, de 82 anos, foi ludibriada pelo grupo, que ofereceu tratamento espiritual para uma de suas filhas em troca de dinheiro. Ao desconfiar que estivesse sendo vítima de um golpe, a vítima não quis mais realizar os pagamentos e passou então a ser mantida em cárcere privado, em seu apartamento, na Zona Sul do Rio, pela filha, entre fevereiro de 2020 e abril de 2021.
Durante o cárcere, a idosa chegou a ser agredida, privada de alimentação e teve uma faca colocada em seu pescoço para que fizesse a transferência de valores. Ela descobriu que todo o golpe havia sido articulado pela filha, que também passou a vender obras de arte para uma galeria em São Paulo. Entre as obras levadas pela filha estavam 'O Sono', de Tarsila do Amaral; 'O menino', de Alberto Guignard; 'Mascaradas', de Di Cavalcanti; 'Maquete para o meu espelho'; de Antônio Dias; e 'Elevador Social'; de Rubens Gerchman. Duas obras foram vendidas para o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, na Argentina, e ainda não foram recuperadas.
Entre os alvos da operação estão Diana Rosa Aparecida Stanesco Vuletic, Jacqueline Stanescos, Rosa Stanesco Nicolau, Ronaldo Ianov, Slavko Vuletic e Gabriel Nicolau Traslaviña Hafliger.