Em meio a maior seca do Brasil nos últimos 91 anos, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, apelou nesta segunda-feira (28), durante pronunciamento nacional, para a população evitar o desperdício de energia nos próximos meses de 2021.
"É fundamental que, além dos setores do comércio, de serviços e da indústria, a sociedade brasileira, todo cidadão-consumidor, participe desse esforço, evitando desperdícios no consumo de energia elétrica, com isso, conseguiremos minimizar os impactos no dia-a-dia da população. O uso consciente e responsável de água e energia, reduzirá consideravelmente a pressão sobre o sistema elétrico, diminuindo também o custo da energia gerada", dissse Albuquerque.
Ele ainda anunciou que o governo Bolsonaro desenha junto com a indústria um programa voluntário para que empresas passem a consumir energia em horários de menor demanda. A medida busca evitar apagões nos períodos de pico de consumo.
Com a escassez de água, o governo federal também se movimentou para permitir o racionamento de energia. Nesta segunda, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou Medida Provisória que cria a CREG (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética), formada por seis ministérios.
A CREG terá como principal competência "definir diretrizes obrigatórias para, em caráter excepcional e temporário, estabelecer limites de uso, armazenamento e vazão das usinas hidrelétricas e eventuais medidas mitigadoras associadas".
O ministro Bento Albuquerque, porém, tem descartado a possibilidade de racionamento. Na semana passada, ele corrigiu o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e afirmou que o Brasil está em situação muito mais tranquila que em 2001, ano do último racionamento.
O tom foi o mesmo do pronunciamento. O ministro afirmou que o sistema elétrico evoluiu muito e depende menos de usinas hidrelétricas. "Hoje temos um setor elétrico robusto, que nos traz garantia do fornecimento de energia elétrica aos brasileiros", acrescentou.