O número de casos confirmados, hospitalizações e mortes por Covid-19 apresentou redução desde o início de fevereiro deste ano no Amazonas, resultado que pode estar associado ao avanço da campanha de vacinação no estado.
Os dados foram apresentados na sexta-feira (14/05), por meio de monitoramento estratégico realizado pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) e das análises epidemiológicas da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM).
Em relação aos casos confirmados de Covid-19, a diminuição desde janeiro até abril de 2021 representa uma queda de 65,37%.
Em janeiro, a SES-AM havia registrado 62.538 novos casos, enquanto em abril, o número caiu para 21.653. Considerando somente a primeira semana de cada mês, o pico ocorreu em fevereiro, quando 15.345 foram diagnosticadas com a doença.
Sobre o número de internações nas unidades de saúde, a redução foi de 87,90% nesses quatro meses. No mês de janeiro foram 7.698 hospitalizações, sendo 1.475 apenas na primeira semana.
Em abril, a quantidade caiu para 931 no Amazonas, conforme os dados repassados pela Secretaria de Saúde.
O comparativo de mortes causadas por Covid-19 entre janeiro e abril também registrou redução expressiva no sistema de saúde.
De acordo com a SES-AM, em janeiro os óbitos totalizaram 3.624 e registraram 491 em abril, representando uma diminuição de 86,45% comparada ao primeiro mês. A maior quantidade de óbitos foi na primeira semana de fevereiro, com 742 mortes por Covid-19.
Reduções - O diretor-presidente da FVS-AM, Cristiano Fernandes, destacou que as principais reduções ocorreram na faixa etária de pessoas acima de 60 anos.
Segundo informações contidas no vacinômetro da FVS, mais de 80% dos idosos no Amazonas já receberam a primeira dose da vacina contra a doença, reforçando a eficácia da campanha de imunização.
“Nós temos indícios que a vacinação tem contribuído para reduzir hospitalizações e óbitos principalmente na faixa etária acima de 60 anos. Nós diminuímos o percentual de internações e óbitos nessa faixa etária, mas há uma preocupação com a faixa etária abaixo dessa idade e que o percentual aumentou, apesar de que no número absoluto houve uma redução”, destacou o diretor.
O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, acrescenta que o Governo do Estado tem se empenhado em garantir que o esquema vacinal, ou seja, as duas doses da vacina contra a Covid-19 sejam aplicadas na população.
“Nós temos identificado um número significativo de pessoas que tomaram a primeira dose e não foram em busca da segunda dose. Estamos trabalhando com todas as prefeituras do estado do Amazonas para fazer a busca ativa dessas pessoas, indo inclusive nas residências para aplicar essa dose. É muito importante que a população entenda que somente com a vacinação é que vai conseguir vencer o coronavírus”, disse.
Letalidade em idosos – A letalidade analisada em idosos acima de 60 anos apresentou queda no Amazonas, indicando o impacto da vacinação.
A FVS está realizando um estudo para comprovar o impacto da campanha na redução de mortes e hospitalizações por Covid-19.
Um painel clínico e demográfico mostrado pela FVS faz um comparativo dos meses de março a maio de 2020, começo da pandemia, até o cenário atual de vacinação, desde o mês de janeiro até o dia 12 de maio. A campanha oficial de imunização começou no dia 18 de janeiro de 2021.
Em idosos de 60 a 69 anos, a letalidade registrada em 2020 era de 23%. O indicador caiu para 15,2% em abril, conforme dados da Fundação de Vigilância.
No grupo de pessoas de 70 a 79 anos, a letalidade entre os meses de março a maio do ano passado era de 38,1%, e devido à campanha de imunização, a porcentagem caiu para 28,8%, em 2021.
O cenário de letalidade ainda registrou redução entre os idosos acima de 80 anos, conforme os dados da FVS-AM. Em 2020, o risco de morte era de 59,4% neste grupo. Com o avanço da vacinação, o indicador mostra uma porcentagem de 47,5% atualmente.
Taxa de transmissão – Por meio do monitoramento da situação epidemiológica, a FVS apontou, ainda, que o Amazonas obteve a menor taxa de transmissão da doença no país com 0.9. A taxa significa que a cada 100 infectados, o vírus poderá ser transmitido para outras 90 pessoas.