A Polícia Civil do Estado do Amazonas (PC-AM) interceptou, no início da noite desta terça-feira (06/04), três embarcações de luxo.
Em uma delas, denominada Ana Beatriz 1, era realizado, há cinco dias, um evento com a participação de turistas brasileiros e estrangeiros.
Cerca de 60 pessoas desrespeitavam medidas de prevenção à Covid-19, como uso de máscara e distanciamento social.
Todos foram conduzidos à delegacia para investigação do crime de descumprimento de medidas sanitárias, artigo 268 do Código Penal.
“Boa parte deles é estrangeira, e vieram provavelmente para conhecer a Amazônia, mas em um contexto muito triste. Nós estamos batalhando, vidas estão sendo perdidas, a polícia está na rua para coibir esse tipo de coisa para que a gente passe rapidamente pela pandemia. Mas, infelizmente, algumas pessoas insistem em desobedecer”, ressaltou Bruno Fraga, diretor do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO).
Ele destaca que todos os participantes serão ouvidos. “Flagramos diversas pessoas realizando uma festa, a grande maioria sem máscaras, consumindo bebidas e desrespeitando o decreto estadual. Vão ser conduzidos à delegacia, vai ser feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), todas as pessoas que estavam praticando essa aglomeração vão ser levadas para a delegacia, vão ser ouvidas e todos vão ser responsabilizados”, acrescentou Bruno Fraga.
As outras duas embarcações, chamadas Mano Zeca e Hélio Gabriel, acompanhavam o barco onde era realizado o evento, mas sem a presença de passageiros.
De acordo com o convite da festa, denominada “Imersão na Amazônia”, o roteiro previa visita a comunidades tradicionais ribeirinhas e indígenas.
“Nós constatamos estrangeiros das mais diversas nacionalidades, brasileiros também, pessoas de diversos cantos do país, de alto poder aquisitivo, com acesso à informação. Eles estão desde o dia 2 de abril navegando, passaram por comunidades indígenas. Nós vemos muitos estrangeiros falando sobre a nova cepa aqui no Amazonas, está todo mundo criticando, quando na verdade nós sabemos da fragilidade dos nossos índios em contato com pessoas de fora, principalmente em uma situação dessas”, destacou o delegado Juan Valério, coordenador do Grupo Fera.