Uma cura emocional. É assim que Alok define seu primeiro especial de fim de ano, “Alive”, exibido pelo Multishow e por seu canal no YouTube, hoje, a partir das 21h. A apresentação, que foi adiada no início do mês, acontece em meio a uma reviravolta na vida do DJ. Ele e a mulher, Romana Novais, foram diagnosticados com Covid-19 e, dois dias depois, Romana, que estava grávida, deu à luz Raika, em um parto prematuro por causa de complicações causadas pelo coronavírus.
— Foi tudo muito rápido. Perdi um pouco a noção de tempo e espaço. Ainda é difícil falar sobre isso, por uma questão de vulnerabilidade — desabafa o DJ, para completar: — Eu já nem queria fazer a live. Pensei em desistir. As primeiras 72 horas após o nascimento da bebê foram muito tensas, e eu não queria passar esse sentimento para as pessoas. No começo, eu nem conseguia comemorar. Mas minha filha está se desenvolvendo bem, minha mulher também. Já presenciei alguns milagres na vida e esse foi um deles.
Na seleção da set list para sua live, o DJ encontrou um refúgio em meio aos problemas. Por isso, resolveu seguir com o projeto:
— A música tem esse poder. Sei que muitos não estão bem, não só pela Covid. Fiz o projeto com esse propósito. Não é só uma live, mas uma entrega de corpo e alma com o intuito de levar a uma cura emocional.
O DJ vai tocar numa estrutura 4D interativa e de realidade aumentada num galpão em São Paulo. Após ativar um show de raios luminosos em várias capitais do Brasil, o artista vai comandar, durante a apresentação, o que diz ser o laser mais potente do mundo: o Space Cannon, diretamente de Sacramento, na Califórnia. Usado em produções cinematográficas, o aparato tecnológico é tão forte que pode ser visto do espaço. Mas para que tanta magia?
— Para os aliens invadirem. Vai ser ativado nos EUA porque se eles vierem, que cheguem lá (risos). Fizemos testes e vários moradores ligaram para a polícia, achando que era uma invasão alienígena — brinca o artista, acrescentando: — O laser é uma forma de materializar o sentimento que tenho dentro de mim, emanar luz. Não sou cantor, não tenho banda. A tecnologia me ajuda.
Sucesso mundial
Bênção do Rei
Para fazer um especial de fim de ano, Alok pediu a bênção do Rei Roberto Carlos. Além de três músicas inéditas, ele tocará um remix de “Jesus Cristo”. O artista se diverte ao lembrar do perfeccionismo do cantor.
— Quando terminei de fazer a primeira versão, mostrei a ele, que me ligou e pediu para fazer alterações. Uma releitura de um clássico não é fácil de fazer. Mas foi incrível. Ele é um referencial não só como artista, mas como ser humano — declara Alok, que também teve trabalho ao remixar outro cantor famoso: — Mick Jagger também é extremamente exigente. Ele pediu umas nove alterações. Eu falei: ‘Hoje entendo por que você fez a música (I can’t get no) Satisfaction. Você nunca está satisfeito!’”.
Reconhecimento
Eleito o 5º melhor DJ do mundo pela revista britânica “DJ Mag”, Alok comemora:
— Isso me traz uma grande responsabilidade. É reflexo do trabalho que tem sido feito não só por mim, mas por toda minha equipe. O que acho mais legal disso tudo é que, de alguma forma, posso representar o Brasil no mundo. Os brasileiros estão em todo lugar e todos me acolhem muito bem — celebra o bem-sucedido goiano, de 29 anos.