O Amazonas apresenta 1.923 casos novos de tuberculose no período de janeiro a agosto de 2020. Desse total, 1.420 casos (73,8%) foram registrados em Manaus e os demais distribuídos nos outros 61 municípios do estado. O levantamento é realizado pelo Programa Estadual de Controle da Tuberculose (PECT), da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), que alerta para a necessidade de adoção de medidas de prevenção à doença.
Houve baixa oscilação no número de casos novos de tuberculose na comparação de janeiro a agosto de 2020, com o mesmo período do ano passado. Em 2019, 2.198 casos novos foram registrados no estado, sendo 1.586 (72,2%) na capital. Os dados constam no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net) do Ministério da Saúde.
A diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, alerta que a tuberculose continua sendo um problema de saúde pública e que as medidas de prevenção à doença devem ser mantidas por todos. “A tuberculose é uma doença que preocupa bastante no estado. Os mesmos cuidados que devemos ter contra o novo coronavírus também servem para enfrentar a tuberculose, como o distanciamento social, uso de máscara e higienização constante de mãos e ambientes”, afirmou.
Sintomas
A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa, transmitida pelo Mycobacterium tuberculosis, o Bacilo de Koch, que pode afetar outros órgãos, além do pulmão. Os sintomas iniciais são muito parecidos com os de covid-19, tendo como principal sintoma a tosse há 15 dias ou mais, dor no peito ou nas costas, febre, perda de peso, falta de apetite e sudorese noturna. O tempo de evolução da tuberculose é mais lento que a covid-19 e a doença pode levar meses ou anos.
A coordenadora do Programa Estadual de Controle de Tuberculose (PECT/FVS-AM), Marlúcia Garrido, alerta que tosse com duração de mais de duas semanas já pode ser investigada como caso suspeito de tuberculose. “Se a pessoa teve Covid-19, ou mesmo que não tenha tido, e apresente tosse antiga, é importante investigar tuberculose, considerando que é uma doença de ocorrência alta no estado. A doença pode se arrastar por meses ou até por anos e a pessoa pode se acostumar com os sintomas e achar que aquele estado é normal e continuar transmitindo para seus familiares e pessoas de contato”, alertou.
Diagnóstico
Quem apresenta sintomas suspeitos de tuberculose, o recomendado é buscar atendimento médico em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), onde deve ser realizada a coleta de amostra que será encaminhada ao laboratório de referência para detecção da bactéria causadora de tuberculose. No Amazonas, as análises laboratoriais são realizadas em laboratórios distritais na capital e em laboratórios municipais, no interior do estado, sob o monitoramento do Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen/FVS-AM), que é unidade de referência nacional para diagnóstico de casos complexos de tuberculose.
Para Marlúcia, o abandono do tratamento é a principal causa para a tuberculose ainda continuar causando tantos óbitos. No Amazonas, até agosto, foram registrados 115 óbitos contra 125 registrados no mesmo período do ano passado. Dos óbitos registrados, 78 ocorreram em Manaus, contra 74 no ano passado, na capital.
As medidas de prevenção à tuberculose são semelhantes às de combate à covid-19: uso de máscara de proteção respiratória, que evita a disseminação da bactéria no ambiente e protege outras pessoas da doença; higienização das mãos; manter os ambientes arejados e o distanciamento social que protege as pessoas que convivem no mesmo local e também aqueles que circulam no mesmo espaço.
A FVS-AM é responsável pela Vigilância em Saúde do Amazonas, incluindo o monitoramento de indicadores de doenças, como a tuberculose, por meio do Programa Estadual de Controle da Tuberculose (PECT), inserido no Departamento de Epidemiológica (DVE/FVS-AM). A instituição funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na avenida Torquato Tapajós, 4.010, Colônia Santo Antônio, Manaus. Os números para contato são (92) 3182-8550 e 3182-8551. Contato específico do PECT/FVS-AM: (92) 3182-8549.