Um homem viralizou nas redes sociais após fazer um vídeo de si próprio bebendo cerveja enquanto dirigia um carro, sem usar o cinto de segurança, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. As imagens mostram que o motorista, o autônomo Jerônimo Emiliano Matias Neto, de 49 anos, desafia o delegado Manoel Vanderic, que atua em crimes de trânsito na cidade, dizendo que queria "peitá-lo" e que estava "doido" para encontrá-lo.
Em nota, o advogado Fabrício de Souza, que representa o motorista, disse que o vídeo foi postado em um "grupo restrito de amigos" sem intenção de "fazer apologia ao crime ou muito menos afrontar" o delegado. Afirma ainda ele vai se apresentar para esclarecer os fatos e pede desculpas pelo ocorrido (leia a íntegra ao final do texto).
O vídeo mostra quando Jerônimo dirige o carro com o som ligado segurando uma lata de cerveja. Ele cantarola e, logo em seguida, "desafia" o delegado.
"Cadê o Vanderic? Hoje eu quero peitar o Vanderic hoje na rua hein. Aqui ó, estou doido atrás do Vanderic hoje", diz, dando logo depois, um gole na lata de cerveja.
Apesar de não usar cinto de segurança, o condutor mostra algumas caixas de cerveja no banco do passageiro, devidamente "protegidas" pelo cinto.
O vídeo foi apagado após a postagem, mas já havia viralizado na cidade. Por meio dele, a polícia conseguiu identificar o homem, que deve responder por embriaguez ao voltante.
O delegado, alvo das declarações, disse que não conhece o motorista e credita o que ocorreu ao trabalho realizado na cidade.
"[O vídeo] com certeza é por conta do trabalho preventivo e repressivo que tenho feito na cidade contra embriaguez ao volante. Neste ano já prendemos mais de 200 pessoas na cidade. Mais de 1 mil pessoas já foram multadas este ano por dirigirem depois de beber aqui. Isso tem despertado raiva de comerciantes, políticos e alcoólatras", disse ao G1.
Vanderic afirmou ainda que será instaurado um inquérito contra Jerônimo e que ele pode responder por embriaguez ao volante mesmo que não tenha sido realizado o teste do bafômetro. Além disso, também deve ser multado em R$ 3 mil.
"Hoje, o teste de bafômetro não é mais a prova exclusiva par demonstrar esse delito. A prova testemunhal, a prova videográfica, o teste passivo de bafômetro já são suficientes, autonomamente, para comprovarem esse delito", explica.