A gestão de equipes e a distribuição remota de atividades estão em alta em tempos de digitalização e home office. Segundo estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o número de empresas que pretendem adotar o home office após a pandemia deve crescer 30%, conforme apurou a Agência Brasil. É neste cenário, em que as empresas apostam em redução de custos e de tempo de operação por parte de usuários, que a startup brasileira TiFlux anuncia uma parceria inédita na América Latina com a Splashtop, empresa do Vale do Silício (EUA) líder mundial em soluções de acesso remoto.
Lançada em 2018, a startup com sede em Joinville (SC) atua com gerenciamento de serviços de tecnologia (help desk e service desk) e fluxo de atendimento e, com a parceria, passa a integrar o sistema de gerenciamento remoto da empresa norte-americana aos usuários de sua plataforma. O objetivo é fortalecer o portfólio de serviços, ampliando o tíquete médio de receitas, comenta o CEO Marcio Jacson: "de janeiro a agosto, tivemos um crescimento de 72% no faturamento. Devemos fechar 2020 dobrando os resultados do ano passado".
Com sede em San Jose (Califórnia) e fundada em 2006 por quatro sócios e amigos egressos do Massachusetts Institute of Technology (MIT), a Splashtop oferece acesso e suporte remoto com protocolo proprietário via streaming, produtividade em tela cruzada e experiência de colaboração conectando smartphones, tablets, computadores, TVs e nuvens, com mais de 30 milhões de usuários global e, a partir de agora, expandindo no Brasil integrada à plataforma da TiFlux, que também ficará responsável pela comercialização na região.
“Estamos em uma fase de rápida expansão, com mais de 50% de crescimento global este ano”, disse Mark Lee, CEO da Splashtop Inc. “Depois de abrir recentemente nossa sede europeia em Amsterdam (Holanda), continuamos avançando e fortalecendo nossa presença em outros mercados globais, como a América Latina”.
A TiFlux já tinha desenvolvido um sistema de gerenciamento remoto quando lançou a plataforma, em 2018, mas entendeu que seria mais estratégico buscar um parceiro que agregasse uma experiência em tempo real, como o protocolo de streaming.
Como explica o CTO e cofundador Fabio Mello, trata-se de um serviço complexo, que leva anos para chegar a um ponto ideal, "em função de uma série de testes, com firewall, antivírus e diversos sistemas operacionais. Fizemos uma pesquisa global, testamos mais de 20 parceiros até encontrar o que faria mais sentido para o mercado brasileiro e, posteriormente, para a América Latina também".
Um dos diferenciais, diz o diretor de tecnologia, é o acordo para cobrança em reais pelo serviço - enquanto as principais tecnologias que atendem as empresas nacionais cobram em dólar. "Não dá pra fazer um planejamento financeiro com custo variável como o dólar", ressalta, "e com isso acredito que podemos gerar mais competitividade aos nossos clientes".
Além da parceria internacional, a TiFlux tem desenvolvido novas funcionalidades na plataforma. Uma delas - um chatbot integrado ao WhatsApp - acabou sendo a base do sistema utilizado pela Secretaria de Saúde de Joinville para triagem de casos suspeitos de coronavírus.
Recentemente, a empresa também lançou uma integração de conformidade para atender à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e uma nova versão do faturamento automático, reduzindo prazos que eram de duas semanas para um dia. "Estamos focados em resolver problemas de atendimento para melhorar a experiência dos usuários e automatizar processos", comenta Fábio.
Atualmente com 22 pessoas na equipe, a TiFlux recebeu investimento pré-seed da Taonga no final de 2018 e, no ano seguinte, chegou a triplicar o faturamento. Em 2020, o ritmo de expansão seria mantido, não fosse o impacto da Covid-19. "Agosto de 2020, por sinal, foi o segundo melhor mês da empresa", diz o CEO Marcio Jacson.