Depois de quase seis meses presos no Paraguai, Ronaldinho Gaúcho e seu irmão e empresário, Roberto de Assis Moreira, foram liberados nesta segunda-feira, dia 24, para retornarem ao Brasil. A decisão foi do juiz Gustavo Amarilla, que aceitou uma "suspensão condicional" das acusações contra o ex-meia, concordando com solicitação apresentada por quatro promotores do Ministério Público do Paraguai, que foi também foi aceita pela defesa dos brasileiros. Horas após a confirmação da sua liberação, o ex-jogador compartilhou uma foto com o seu principal advogado do caso, Sérgio Queiroz, e agradeceu pelo empenho do defensor em ajudá-los na para casa. Eles podem voltar entre esta terça e quarta-feira.
"Sem palavras para agradecer todo o empenho, apoio e carinho durante toda essa fase. Mesmo longe da família, em um período difícil que vivemos. Muito obrigado, dr.", disse o jogador no Instagram Stories.
Em outra postagem, feita na madrugada desta terça-feira, Ronaldinho agradeceu também à equipe que trabalhou no caso. Na imagem, está o advogado principal, Queiroz, e mais cinco defensores que participaram da defesa no Paraguai. "Muito obrigado", escreveu o ex-meia do Barcelona, PSG, Milan, Flamengo, Atlético-MG e Grêmio.
No acordo feito pelo MP, Ronaldinho deve pagar US$ 90 mil de multa (cerca de R$ 504 mil) "para reparar danos sociais". Já Assis vai pagar US$ 110 mil (cerca de R$ 616 mil) e ainda recebeu uma condenação de dois anos com suspensão do julgamento, além de também precisar comparecer a cada três meses durante um período de dois anos. O termo judicial para "suspensão condicional do processo" refere-se a uma medida que não deixa antecedentes criminais.
Segundo o "GE", esse valor será descontado dos US$ 1,6 milhão que eles haviam depositado como fiança quando mudaram para o regime de prisão domiciliar, em abril. A maior parte desse dinheiro (US$ 1,4 milhão, ou R$ 7,84 milhões) será devolvida a Ronaldinho e Assis.
A investigação concluiu que Ronaldinho não sabia que estava usando um passaporte adulterado. Mas Assis, sim. O primeiro foi condenado a um ano. Já o segundo, a dois. O pagamento das multas e o cumprimento das condições suspendem a privação de liberdade.
Durante a audiência, eles abriram mão de fazer qualquer tipo de declaração e aceitaram a proposta do Ministério Público. Sua defesa, contudo, sugeriu que as apresentações trimestrais fossem realizadas no consulado paraguaio, o que não foi aceito pelos promotores.
Ronaldinho e Assis disseram terem ido ao Paraguai para realizar uma agenda relacionada à promoção e apoio a crianças em situação de pobreza. O ex-jogador planejava também inaugurar o cassino de um empresário brasileiro e lançar um livro de memórias, programação que acabou sendo cancelada devido a sua prisão.
Os dois chegaram a ser investigados por envolvimento num esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Porém, ao concluir os trabalhos, no início do mês, o Ministério Público decidiu não apresentar nova denúncia contra eles, que cumpriam prisão domiciliar em Assunção.
Após pagarem uma fiança no valor de 1,6 milhões de dólares, Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto de Assis, foram transferidos da penitenciárias para um hotel de luxo em Assunção, onde cumpriam a prisão domiciliar. De acordo com a imprensa local, a partir daí a vida do ex-jogador brasileiro passou a ser agitada, com direito a visitas de modelos e festas no quarto.
Entenda o caso
O ex-astro do Barcelona e da seleção brasileira Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto Assis, foram detidos pela polícia do Paraguai sob acusação de ter entrado no país usando supostos passaportes adulterados.
Euclides Acevedo, ministro do Interior do Paraguai, informou que investigadores entraram na suíte presidencial do Hotel Yacht y Golf Club, onde Ronaldinho estava hospedado, e encontraram dois passaportes adulterados. Um estava em nome do ex-jogador e o outro no do irmão.
Ronaldinho chegou ao Paraguai na quarta-feira para o lançamento do seu livro "Gênio da vida" e participaria do lançamento de um programa social destinado a crianças organizado pela Fundação Fraternidade Angelical.
Ronaldinho Gaúcho responsabilizou o empresário Wilmondes Sousa Lira, de 45 anos, que o representa no país vizinho, por portar o documento adulterado. Tanto o craque quanto o irmão e agente dele, Ronaldo de Assis Moreira, foram levados pelos agentes.
Os irmãos cumpriam prisão domiciliar após passarem 32 dias na penitenciária.