Praticidade, flexibilidade e acessibilidade já eram valores em demanda no mercado. Servidos com uma alta oferta de soluções cada dia mais inovadoras, consumidores e clientes de todos os tipos de produtos e serviços buscavam por um mix de qualidade com facilidade.
Com o advento a pandemia da COVID-19, tais valores não estão mais associados à sofisticação da preferência do público: agora, eles são a regra.
Estrutura digital para realização de atendimentos e reuniões, assinatura de contratos e elaboração de documentos; trabalho em home office; equipes e redes de apoio formadas para diminuir a necessidade de viagens e atos presenciais – são algumas das características da nova realidade empresarial.
Assim como empresários e pessoas em geral precisarão continuar se adaptando, aqueles que prestam-lhes suporte jurídico para seus negócios também precisarão.
O que muda na advocacia
Para os negócios que já tinham um design orientado para essa realidade, a transição acelerada pela pandemia foi sutil.
É o caso de muitos escritórios de advocacia, já adaptados há anos à realidade do processo eletrônico, da gestão digital de processos e de carteira de clientes.
Diversos escritórios no Brasil e no exterior, de uma forma geral, já adotavam um formato que permitia a advogados e clientes se relacionarem da maneira que melhor atendesse aos seus interesses e necessidades, com flexibilidade e autonomia em relação ao horário e local de trabalho.
Esses escritórios agora combinam parcerias com co-workings, escritórios ad hoc e a disponibilização da sua própria estrutura imobiliária, otimizando as rotinas de trabalho.
Com a estrutura de digital de dados do escritório também à disposição dos profissionais, permitindo o acesso a partir de qualquer local, o modelo anywhere office (“escritório em qualquer lugar”) é uma realidade que tem sido elogiada por oferecer qualidade de vida e praticidade para a busca de novos negócios e parcerias.
A arquitetura dos novos modelos de negócio
Para escritórios de advocacia full service ou distribuídos em nível regional, nacional ou internacional, o desafio é desenvolver um padrão de modelo de negócios que também acomode as particularidades de cada equipe ou unidade.
Luiz Gustavo Oliveira Rocholi, sócio e CEO do Chenut Oliveira Santiago, que tem unidades em 3 Estados brasileiros e no Distrito Federal, em Portugal e França, afirma que o escritório, de forma geral, já tinha políticas de trabalho muito similares com as que o cenário atual tem demandado, mas que visualiza diferenças entre as unidades e que, por isso, adotaram um novo modelo de negócios, para que houvesse uma política de integração entre as mesmas.
“Hoje, em unidades como Chenut Brasília e Chenut Rio de Janeiro, nosso formato de trabalho já é quase 100% desvinculado de escritório físico centralizado, protegendo a saúde e segurança dos profissionais e clientes por meio de atendimentos realizados digitalmente”, diz o advogado. “A unidade Belo Horizonte mantém a sua consolidada estrutura física; assim como Chenut São Paulo, que também não relegou o escritório, porém, já conta com boa parte de seu corpo de profissionais trabalhando na modalidade home office.” Quanto às unidades internacionais, “Lisboa e Paris mantêm suas dependências compartilhadas e prerrogativa de home office conforme escolha dos profissionais, de acordo com as necessidades do trabalho e dos clientes.”
Ainda segundo Rocholi, quando o encontro presencial é indispensável, é possível realizá-lo em co-workings e outras unidades compartilhadas, de acordo com a disponibilidade e proximidade para o cliente.
Amenizando o impacto da transição
As adaptações e inovações mais imediatas nos modelos de negócio e estruturas operacionais priorizam a saúde e proteção das equipes e dos clientes.
A busca por um ambiente de segurança, tanto no que diz respeito à proteção contra a COVID-19, quanto à segurança de dados e compliance com a LGPD, também é medida de urgência, haja vista que a entrada em vigor da Lei se aproxima.
Para o médio prazo, após o controle do risco de propagação do vírus, outras medidas, como as que visam à otimização do trabalho e a busca de um atendimento de excelência, dentro de um padrão de encontro físico mínimo, devem permanecer.
O destaque será para as tecnologias e métodos de trabalho que agilizem e humanizem a prestação do serviço, conseguindo melhores resultados e a manutenção da personalização que só o ser humano é capaz de fornecer.
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Luiz Gustavo Rocha Oliveira Rocholi
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