O mundo vive uma grande revolução no mercado literário com milhares de livros sendo lançados diariamente e grande parte das obras em formato digital. Gigantes como a Amazon, por exemplo, crescem cada vez mais com a publicação de livros de aventura, magia e fantasia, além de outros gêneros literários.
Por não aceitar ou não se acostumar com a mudança, muitos escritores se perderam no tempo com a chegada dos livros digitais. Por outro lado, muitos autores aproveitaram a chegada da era da tecnologia para finalmente publicar seus livros e muitas vezes, apenas no digital.
De acordo com o escritor João Gabriel Brene, autor da trilogia Johnny Bleas, que tem como foco o público que gosta de aventura, magia e fantasia, os dois formatos podem caminhar juntos. Ele entende que quem gosta de ler vai buscar tanto o impresso quanto o digital. Veja abaixo a entrevista completa com J.G. Brene.
Você acredita que o desconto dos livros digitais em gigantes como a Amazon tenha prejudicado o mercado das livrarias convencionais?
Não. Pelo contrário. Acredito fortemente na divulgação dos livros. Em um mundo onde temos cada vez menos leitores, o desconto nos livros pode ser um incentivo para a compra e consumo.
Não obstante, vale ressaltar que no mercado literário há dois principais públicos, o público que aqui vou chamar de ominchannel e o público tradicional. O público que chamo de ominichannel, normalmente faz uma compra planejada, busca pelo livro sem pressa, e em múltiplos canais de compra, sua tomada de decisão está relacionada ao melhor custo benefício relacionado a valor e tempo de entrega do livro. Já os mais tradicionalistas são aqueles que tomam decisões nem sempre planejadas onde o apelo sensorial muitas vezes fala mais alto, pessoas mais cinestésicas que precisam tocar no livro, sentir a textura da capa, folha e alguns ainda, até o cheiro do livro. Nem sempre esses consumidores são tão sensíveis ao preço.
No caso da trilogia Johnny Bleas, você pode citar os benefícios em relação ao digital e o impresso?
A trilogia de livros Johnny Bleas, assim como grandes nomes da ficção, como “A Origem” de Dan Brown e “O Hobbit” de J.R.R. Tolkien. Também se aproveita da acessibilidade gerada por meio dos livros digitais para reduzir a margem de lucro e ganhar na alta escala de distribuição.
Pessoalmente sou um amante dos livros físicos, mas sei que este é um hábito que tende a mudar. Muitas pessoas já aderiram às ferramentas de leitura digital, como Kindle e Kobo, e certamente esta será uma tendência. Não só são ferramentas de leitura excelente, como também permitem aos usuários uma enorme economia em relação aos livros impressos. Sem falar, é claro, na economia de papel. O planeta agradece!
Dos grandes nomes de aventura, fantasia e ficção, quais podemos citar como opção para leitura digital e por quê?
Alguns dos livros estão na lista abaixo retirada do site dos mais vendidos na amazon.com, no mês de março de 2020. São destaques de leitura e certamente estão disponíveis também no meio digital. Dentre eles, os únicos que certamente optaria pela compra física são os livros da série “Harry Potter”, de J.K. Rowlling. E o box da trilogia, “O Senhor dos Anéis”, de J.R.R. Tolkien. Livros raros que terão local de destaque nas estantes de casa!
4. Você acredita que os dois formatos podem caminhar juntos e um ajudar ao outro?
Sendo bastante otimista, diria que os formatos seguem em paralelo, com uma certa chance de o digital suplantar o impresso em determinado momento. Contudo não acho que no curto prazo um irá prevalecer ao outro, muito menos que há espaço para cooperação entre os formatos. Ambos são formatos relevantes de leitura, deixemos os usuários decidirem sua preferência.
Relevante também quando falamos de literatura no mundo digital, são as redes sociais literárias. No Brasil, o Skoob é um grande sucesso. Com mais de 7 milhões de usuários cadastrados, a rede social de livros engaja e estimula usuários de todo o país a correr em suas metas literárias. Em uma pátria leitora esta é certamente uma das iniciativas que devemos encorajar!