20/01/2020 às 09h49min - Atualizada em 20/01/2020 às 09h49min

WhatsApp clonado? Conheça os tipos de golpe e saiba se proteger

Bandidos invadem mensageiro para roubar dinheiro dos contatos da vítima; número de usuários com WhatsApp clonado cresce

Techtudo
Foto: Reprodução
Golpes que envolvem WhatsApp clonado são cada vez mais comuns, e bandidos utilizam diferentes métodos para invadir contas no mensageiro para Android e iPhone (iOS).

Um dos procedimentos mais usados pelos criminosos consiste em acessar ilegalmente as conversas da vítima e se passar por ela para pedir dinheiro a parentes e amigos, que são instruídos a fazer depósitos em contas de terceiros. Para ter acesso ao WhatsApp clonado da vítima, os fraudadores se apropriam do código de ativação do mensageiro, enviado por SMS ao celular do usuário.

Outras formas de aplicar esses golpes envolvem o roubo de dados em sites de vendas, utilizam o nome de artistas famosos ou praticam a clonagem do número junto às operadoras de telefonia.

Outra possibilidade é a utilização de aplicativos espiões, os chamados stalkerwares, que podem espelhar todas as conversas da vítima. Confira, a seguir, quatro tipos de golpes usados por bandidos para fazer um WhatsApp clonado e saiba como se proteger.

1. Roubo de dados de sites

Este golpe aproveita informações publicadas em sites de vendas, como OLX e Zap Imóveis. Os golpistas entram em contato com a vítima se passando por representantes dessas plataformas e informam que o perfil recebeu reclamações referentes a um anúncio.

Em seguida, solicitam que a pessoa confirme seu número fornecendo o código enviado por SMS — neste momento, os bandidos tentam fazer login com o número do WhatsApp da vítima em outro celular. O usuário, então, recebe uma mensagem de texto com o código de validação e o repassa para os criminosos, que passam a ter total acesso às suas conversas e grupos.

A partir de então, os fraudadores entram em contato com amigos e parentes contando histórias que geralmente envolvem a necessidade urgente de um depósito bancário, realizado em uma conta de um "laranja", com a promessa de devolver em breve.


Mensagens enviadas pelos criminosos para tentar roubar o código de autenticação do usuário
e fazer um WhatsApp clonado — Foto: Reprodução/Kaspersky Lab


Por se tratar de um método que não utiliza programas fraudulentos, a recomendação é que o usuário fique a tento a contatos recebidos em nome dessas empresas e desconfie de procedimentos de validação fora do comum. O WhatsApp informa no próprio SMS que a chave numérica não deve ser compartilhada com terceiros.

2. Golpe que usa nomes de famosos

Neste golpe, descoberto recentemente por especialistas da Kaspersky, um bandido liga para a vítima se passando por organizador de um show ou evento VIP, oferecendo ingressos grátis em nome de famosos como Zeca Camargo ou Preta Gil, por exemplo.

Então, ele diz que enviou o código de validação dos ingressos por SMS e pede que o usuário repasse a numeração, que é o código de confirmação de login do seu WhatsApp. Com a numeração em mãos, o criminoso terá acesso às conversas da vítima e seguirá com as tentativas de roubar dinheiro dos seus contatos, usando a mesma artimanha do golpe citado anteriormente.

A Kaspersky identificou ainda uma evolução deste golpe: assim que os bandidos conseguem o WhatsApp clonado, ativam a verificação em duas etapas nas contas que não tinham a função acionada, impedindo que o verdadeiro dono possa recuperar sua conta.

3. Apps espiões usados por parceiros para clonar e ver mensagens

Aplicativos espiões são capazes de monitorar todas as atividades do celular do usuário. No caso do WhatsApp, é possível espelhar todas as conversas das vítimas para conseguir ler o conteúdo em outro dispositivo. Além de criminosos, que podem usar o acesso às mensagens íntimas para chantagear as vítimas, esses apps podem ser usados por parentes controladores ou parceiros amorosos ciumentos, com o intuito de invadir a privacidade do indivíduo.


Aplicativos espelham conversas da vítima para fazer um WhatsApp clonado 
Foto: Paulo Alves/TechTudo


Este golpe é mais difícil de ser aplicado, já que os aplicativos precisam ser instalados manualmente no celular da vítima por meio da leitura de um QR Code, em um processo semelhante à ativação do WhatsApp Web, o que demanda ter o aparelho em mãos em um momento de distração do proprietário. Por isso, é preciso ter cuidado ao entregar o celular desbloqueado para outras pessoas.

4. Clonagem de chip para pedir dinheiro

Essa técnica consegue clonar o chip de celulares e, por consequência, o WhatsApp, para extorquir dinheiro dos usuários. Utilizando uma brecha no mecanismo de verificação de identidade no call center das operadoras de telefonia, os criminosos compram chips novos e ligam para a central das empresas se passando pelas vítimas, em uma suposta tentativa de recuperar um número perdido ou roubado.

Mesmo com a solicitação de dados pessoais, como endereço completo e CPF, alguns bandidos conseguem passar por essa camada de segurança e ativar o número das vítimas no novo chip. Então, passam a entrar em contato com amigos e parentes para pedir depósitos em dinheiro.

Como se proteger e não ter o WhatsApp clonado?

A forma mais efetiva de se proteger para não ter o WhatsApp clonado é ativar a verificação em duas etapas, em que você cria um segundo código numérico solicitado durante o login no mensageiro. Caso alguém consiga acesso ao seu código de validação de login enviado por SMS, precisará saber também o PIN que você criou, o que torna a liberação da conta mais difícil, já que é uma numeração que só você conhece.

Para ativar a verificação em duas etapas no WhatsApp, acesse os Ajustes, vá em "Conta", toque em "Confirmação em duas etapas" e toque em "Ativar". Então, crie seu PIN e informe um e-mail para recuperação da senha, em caso de perda.


Verificação em duas etapas do WhatsApp pode ser ativada no iPhone e no Android
Foto: Reprodução/Rodrigo Fernandes

 

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