11/10/2019 às 09h45min - Atualizada em 03/11/2019 às 08h00min

Cáseos amigdalianos, problema que segundo pesquisa pode afetar 30,3% da população, tem opções de tratamentos conservadores, que mantêm as amígdalas

Os cáseos amigdalianos, placas bacterianas que se formam nas amígdalas, podem alterar o hálito, causar desconforto e constrangimento em quem tem o problema. Pesquisa em 3.886 tomografias computadorizadas revelou cáseos em 30,3% dos casos. A retirada das amígdalas costumava ser o tratamento de escolha. Agora existem opções para controlar a formação de cáseos e manter as amigdalas ou a cirurgia das amígdalas em que parte destas são preservadas

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Cáseos Amigdalianos e Saburra Lingual - Causas do Mau Hálito


Pesquisa publicada na Oral and Maxillofacial Radiology (Kim et al., 2018), detectou cáseos amigdalianos em 30,3% dos casos. Os cáseos são placas bacterianas que se formam dentro das criptas amigdalianas, pequenas cavidades existentes nas amígdalas. Também chamado de caseum, o cáseo pode provocar mau hálito, dor ou desconforto na garganta e tem estreita relação com a formação de saburra lingual, placa bacteriana que se forma na língua. Até recentemente a única opção de tratamento disponível era a cirurgia de retirada das amígdalas. A boa notícia é que atualmente existem tratamentos conservadores em que é possível controlar a formação dos cáseos e manter as amígdalas, ou ainda, uma cirurgia em que parte das amígdalas são mantidas.

Prevalência

A pesquisa acima analisou 3.886 tomografias computadorizadas, revelando a presença de cáseos em 30,3% destas. A prevalência de caseum aumentou significativamente com a idade, e o número médio de cáseos por participante foi de 2,7, predominantemente de forma ovóide. A maioria dos cáseos localizavam-se nos centros das criptas amigdalianas, sendo que 50,3% destes tinham tamanhos de 1 a 2 mm e 46,1% entre 2 e 5 mm.

As amígdalas e os riscos da cirurgia

A amígdala, também chamada de tonsila palatina, é um órgão linfoepitelial com importante função imunológica de defesa, especialmente até os 10 anos de idade, e que a princípio, deve ser preservada. Em relação aos riscos da cirurgia de amígdalas, em um estudo com 361 pacientes adultos (Hoddeson & Gourin, 2009), as complicações pós-operatórias ocorreram em 15% dos casos, sendo a mais comum a hemorragia, seguida da desidratação e os atendimentos de emergência por dor.

Cáseos Amigdalianos x Saburra lingual

O nome cáseo deriva do latim caseum, que significa queijo. Então, os cáseos nada mais são que placas bacterianas parecidas com “pequenas bolinhas de queijo” que se formam dentro das amígdalas.
Assim como o cáseo, a saburra lingual também é uma placa bacteriana esbranquiçada ou amarelada que se forma no fundo da língua, e é a causa mais frequente do mau hálito. A composição e mecanismo de formação da saburra e cáseos são similares, porque as bactérias que causam os dois problemas são praticamente as mesmas. Geralmente as condições necessárias para que os cáseos se formem são a presença de saburra lingual e a disponibilidade de grandes quantidades de alimento para as bactérias, especialmente pelezinhas que se descamam dos lábios e bochechas e excesso de muco na garganta. Dessa forma, o primeiro passo para o controle dos cáseos é o controle efetivo na formação da saburra lingual.

Produtos para controlar a formação da Saburra e Cáseos

O Dr. Maurício Conceição, que há 25 anos atua no tratamento do mau hálito, desenvolveu 2 produtos em parceria com a Propeq, empresa júnior da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp.  O primeiro foi um enxaguatório com o qual foi realizado um estudo com 50 voluntários com queixa de cáseos, publicado na Revista Brasileira de Otorrinolaringologia (Conceição et al., 2008). Os resultados da pesquisa demonstraram que o enxaguatório reduziu a formação dos cáseos amidalianos, da saburra lingual e dos gases derivados de enxofre, responsáveis pelo mau hálito. Esse estudo é o único encontrado sobre uma opção que tenha efeito positivo sobre a formação dos cáseos, quando é realizada uma pesquisa na Pubmed, base de dados da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.

Também foi desenvolvida na Propeq uma solução de limpeza da língua para ser usada com um limpador de língua com cerdas desenvolvido pelo Dr. Maurício. De acordo com pesquisa comparativa (Marocchio et al., 2009), esses 2 produtos utilizados em conjunto por meio da Técnica DC de limpeza da língua (Conceição et al., 2006), que é uma técnica químico mecânica, removem muito mais saburra lingual do que a escova de dentes ou o raspador de língua.

As 3 opções conservadoras para os cáseos amigdalianos

A primeira opção para diminuir ou controlar a formação dos cáseos amigdalianos é o uso do Kit com os 3 produtos mencionados acima, enxaguatório, limpador de língua com cerdas e spray para limpeza da língua. O kit de produtos é acompanhado de instruções de uso para que o usuário tenha os melhores resultados possíveis, tanto com relação aos cáseos como ao controle do mau hálito.

Nos casos em que o uso dos produtos não for suficiente, a segunda opção é o tratamento das causas da formação dos cáseos com um profissional qualificado no tratamento do mau hálito e que utilize o kit de produtos com seus pacientes. Nesse tratamento serão diagnosticadas e tratadas as possíveis causas que contribuem para a formação dos cáseos e saburra, como por exemplo, a baixa produção salivar, a descamação excessiva de células dos lábios e bochechas e a produção excessiva de muco. Segundo o Dr. Maurício Conceição, apenas 2 % dos pacientes em suas clínicas não respondem ao tratamento das causas da formação dos cáseos e uso do Kit de produtos, e têm de ser enviados para cirurgia.

Finalmente, para os raros casos em que a formação de cáseos persistir, a cirurgia parcial das amígdalas é a terceira opção conservadora. Isso foi o que revelou um estudo de 2018 (Wong Chung J et al., 2018), que avaliou em adultos a eficácia e os eventos adversos da amigdalectomia parcial, que mantém um remanescente das amígdalas, em comparação à amidalectomia, em que é feita a remoção total das amígdalas. Os resultados do estudo sugerem que a eficácia em adultos é igual e que a remoção parcial das amígdalas é preferível em termos de dor, uso de analgésicos, tempo de operação, satisfação do paciente e complicações pós-operatórias, pois as hemorragias no pós-operatório foram mais frequentes após a remoção total das amígdalas.

Resumindo, a cirurgia das amígdalas só deve ocorrer após as opções para o controle na formação dos cáseos, com o kit de produtos ou o tratamento das causas da sua formação com um profissional qualificado. Para saber mais, ler os artigos científicos mencionados, conhecer o Kit de produtos e encontrar clínicas ou profissionais qualificados no tratamento do mau hálito e cáseos, acesse os vídeos e textos sobre os cáseos amigdalianos no site www.portaldohalito.com.br.



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