O Delegado Gustavo Mesquita Galvão Bueno, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) acaba de divulgar seu último holerite com vencimentos líquidos de R$7.999,34. O documento contradiz declaração recente feita por representante do governo de São Paulo, em entrevista de rádio, na qual afirma que os Delegados paulistas ganhariam mais de 19 mil reais, com acúmulo e benefícios.
Gustavo Mesquita é delegado de Polícia há aproximadamente 11 anos e possui dois quinquênios. Seu holerite, portanto, reflete a média salarial dos delegados em fase intermediária de carreira. São Paulo ocupa hoje o estado com o pior salário da federação. O intuito da ação de transparência é a de esclarecer a população e, também, contribuir com o governo, mostrando a verdade acerca do vencimento dos delegados de Polícia do estado de São Paulo.
Há que se destacar que existem delegados com o mesmo tempo de carreira e salário maior. Todavia, isso se deve a casos em que o delegado de Polícia responde por duas ou três unidades, recebendo a Gratificação por Acúmulo de Titularidade. Ou seja, o estado, que deveria contratar mais delegados para suprir o déficit, contrata apenas um, pagando um pequeno acréscimo
"Acreditamos na construção de uma Polícia Civil forte e uma segurança pública eficaz para a população do estado de São Paulo, e estamos à disposição do Governo para contribuir, inclusive com dados e estatística, porém é preciso que esse árduo caminho será pavimentado com informações assertivas", afirma Gustavo Mesquita.
Estado Crítico da Polícia Civil Paulista: Além de ter o segundo pior salário de Delegado do Brasil, de acordo com dados dos portais de transparência dos estados, a área de Segurança Pública paulista enfrenta grandes desafios. Hoje, a Polícia Civil conta com o menor efetivo dos últimos doze anos. São 9.423 funcionários na capital, com um déficit aproximado de 20% em relação ao número de vagas. Faltam cerca de 230 delegados, 880 investigadores e 540 escrivães, entre outras funções.
O alerta já vem sendo feito pela Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo (ADPESP) há anos. Para o delegado e secretário geral da ADPESP, Fernando David Gonçalves, uma combinação perigosa e prolongada, há mais de vinte anos, entre baixos salários, falta de investimento em infraestrutura, delegacias sem manutenção e ausência de um planejamento estruturado para recomposição do quadro de policiais civis no estado são os componentes que marcam a falência do projeto de Segurança Pública paulista.
Saiba mais sobre a atuação da ADPESP em defesa de uma remuneração justa e digna para os policiais civis, acesse: www.adpesp.org.br/contagemregressiva