23/09/2019 às 18h52min - Atualizada em 24/09/2019 às 00h00min

Public Affairs e Relações Governamentais se complementam e crescem no Brasil

Atividade do profissional de Relações Governamentais vai muito além de reuniões com os poderes Executivo e Legislativo

DINO
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K Street, em Washington-DC, onde se concentram firmas de lobby e advocacy


Uma pesquisa realizada em 2018, pelo Public Affairs Council, apontou que os norte-americanos aceitam o lobby realizado pelas empresas, desde que haja uma boa justificativa comercial.

Para os entrevistados, entre essas justificativas estão a proteção de emprego nas empresas (56% a favor e 18% contra), o apoio a causas sociais (51% a favor e 21% contra), e a promoção de condições de igualdade concorrencial com competidores (50% a favor e 19% contra).

Outros motivos, como abertura de novos mercados, redução de custo nos negócios e busca por financiamentos e subsídios governamentais também aparecem com mais avaliações positivas do que negativas.

Por outro lado, em um levantamento feito pelo instituto de pesquisa Gallup, em 2019, quase 6 em cada 10 respondentes (58%) - também nos Estados Unidos -, classificaram os lobistas como "muito baixos" ou "baixos" quando se trata de honestidade e padrões éticos.

“A leitura das duas pesquisas deixa clara a necessidade de as empresas atuarem de forma transparente em seus relacionamentos com o governo, sem deixar de lado o diálogo com a população”, afirma Gisela Martinez, da consultoria Antakly Martinez Public Affairs. Gisela acredita que o profissional moderno de Relações Governamentais está cada vez mais adotando uma abordagem de Public Affairs: “uma atuação estratégica deve considerar, de forma permanente, a interlocução com os poderes executivo e legislativo, mas também associações setoriais, Academia, mídia, sindicatos e outros grupos organizados da sociedade”.

No Brasil, país que ainda debate a regulamentação do lobby, líderes e gestores das áreas de Relações Institucionais e Governamentais de grandes empresas afirmam que a falta de conhecimento da sociedade sobre o tema é, hoje, sua maior fonte de preocupação. O dado faz parte de uma pesquisa do Anuário Origem que divulgou, pela primeira vez no Brasil, uma lista de profissionais de Relações Institucionais e Governamentais em atividade no país.

Para Márcio El Kalay, sócio e diretor do LEC, Legal, Ethics & Compliance, comunidade que se dedica a difundir a cultura de compliance, a publicação tem um papel importante: “Além de revelar dados inéditos sobre o atual mercado de Relações Institucionais e Governamentais, o Anuário Origem contou com o engajamento de alguns dos principais executivos, consultores e advogados especializados, o que o torna um marco importante para fortalecer a transparência, a união e a regulamentação do setor no Brasil.”

O amadurecimento da profissão é benéfico e tende a fortalecer a busca por agendas comuns, capazes de produzir impacto positivo para empresas, sociedade e governos. Quanto mais desenvolvida é uma sociedade, mais organizada é sua participação no debate público. Estimular as discussões entre diferentes agentes sociais, de forma estruturada e transparente, ajuda a criar um ambiente seguro de interlocução e cooperação entre os setores público e privado.



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