02/09/2019 às 12h24min - Atualizada em 02/09/2019 às 12h24min
Deputado busca soluções para minimizar número de suicídios entre policiais
Fernanda Cunha / Ascom
Foto: Douglas Gomes Brasília (DF) – Por sugestão do deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO), da Câmara dos Deputados, realizará audiência pública para debater os transtornos psíquicos que levam policiais ao suicídio. “A saúde mental é pilar na estrutura humana e tem que ser zelada e fomentada aos profissionais de segurança pública, que passam por inúmeras situações de risco”, explica o Capitão Alberto Neto.
O parlamentar alerta que as políticas de segurança pública não incluem a saúde mental dos agentes e militares. “Para o poder público, o investimento muitas vezes é só material na compra de viaturas e na construção de quartéis e delegacias”. Ele cita pesquisas realizadas pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção (GEPeSP). De acordo com o levantamento, 80% dos policiais não se sentem reconhecidos nem pelo povo nem por seus superiores. “Os governantes e parte da sociedade não enxergam o policial como um ser humano, por isso ele se sente cada vez mais descartável e adoentado”, lamentou.
Serão convidados para o debate: o presidente da Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais (Feneme), Marlon Jorge Teza; o presidente do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais de Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares (CNCG-SC), Coronel Carlos Alberto Gomes; o presidente da Associação Nacional das Entidades Representativas dos Militares Estaduais do Brasil (ANERMB), Sargento Leonel Lucas; a coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção (Gepesp), Doutora Dayse Assunção Miranda; e o coordenador-geral de Informação e Inteligência Penitenciária do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Sandro Abel Barradas.
Suicídio entre policiais
Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que mais de 800 mil pessoas se matam anualmente no mundo. Aproximadamente 75% dos casos ocorreram em países de baixa e média renda. No Brasil, nas últimas três décadas, 205.990 pessoas morreram por suicídio, de acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS).
Segundo estudos do Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção (Gepesp), em agosto de 2015, dos 224 policiais militares entrevistados, 10% disseram ter tentado suicídio e 22% afirmaram já ter pensado em tirar a própria vida. De 1995 a 2009, foram notificados 58 casos de suicídio entre os policiais militares no Rio de Janeiro, além de outras 36 tentativas. Desses casos de óbitos, três aconteceram em serviço e 55 em dias de folga. Uma média de três policias militares do Rio tiram a própria vida a cada ano.