Entre as atividades do grupo preso nesta quinta-feira, acusado da prática de milícia em Queimados, na Baixada Fluminense, incluía até mesmo o monopólio de exploração de um kit churrasco no Condomínio Valdariosa. Com isso, os moradores só podiam comprar carne, linguiça ou carvão das mãos dos integrantes do bando. A informação é da promotora Mariana Segadas, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Segundo a promotora, eles também exploram o monopólio de venda de cestas básicas, gás de cozinha, água, moto-táxi e cobrança de taxa de segurança para comerciantes e moradores. O ex-secretário de Defesa Civil de Queimados, Davi Brasil Caetano, é apontado como líder do grupo.
— Ele exercia o papel de liderança. Ele emitia ordens, fazia a coordenação de todos os outros integrantes, inclusive foi responsável por expandir essa milícia que começou no condomínio Ulysses Guimarães e hoje em dia atua em vários outros condomínios de Queimados — disse a promotora.
Segundo a promotora, o fato de Davi ser político e policial militar reformado ajudava na sua atuação na milícia, por conhecer bem o território, e isso ajudou na expansão da milícia. Ele já havia sido alvo de uma outra operação, realizada em 2017, esta só de busca e apreensão.
O kit churrasO kit churrasco Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globoco
O grupo que se autointitula "Caçadores de gansos" também é acusado de Homicídios. Segundo a promotora as vítimas eram pessoas envolvidas com tráfico e com outros crimes, além de usuários de drogas.
A operação tinha como alvo cumprir 32 mandados de prisão, sendo que 22 já foram cumpridos, e destes oito já estavam presos por outros crimes, segundo a promotora.
O grupo tem atuação em várias comunidades, mas a operação de hoje tinha como alvo específico três condomínios do "Minha Casa, Minha Vida" de Queimados: Valdariosa, Ulysses Guimarães e Eldorado.