08/07/2019 às 14h40min - Atualizada em 18/07/2019 às 12h00min

Julho Verde: especialistas do SUS dão aulas à população sobre o câncer de cabeça e pescoço e alertam para os fatores de risco como o fumo e o vírus HPV

Especialistas em câncer de cabeça e pescoço do Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, participam de ação em apoio à Campanha Nacional do Julho Verde e dão palestras gratuitas para a população, sobre a prevenção, os fatores de risco e o tratamento da doença.

DINO
http://www.rangelmd.com.br
Especialistas do SUS fazem palestras e orientam a população sobre fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço


Nesta segunda-feira, 8 de julho, das 9 às 14 horas, profissionais das diferentes áreas, que cuidam das pessoas que chegam no ambulatório do Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, para iniciar ou manter o tratamento de um câncer na região da cabeça e pescoço, se unem para um ciclo de palestras gratuitas e abertas à população em geral. 
 

Em apoio ao Julho Verde, os especialistas que trabalham no atendimento pelo SUS do HUPE, vão dar aulas e depois tirar dúvidas sobre: cirurgia de cabeça e pescoço, fonoaudiologia, nutrição, enfermagem, assistência social, psicologia, odontologia e fisioterapia. “Do ponto de vista da saúde pública, quanto menos casos por meio da prevenção e descoberta precoce, menos custo e melhor o tratamento para o paciente”, afirma o cirurgião de cabeça e pescoço, Leonardo Rangel, médico, professor e pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que coordena o evento.

Os profissionais também vão orientar de forma prática, como por exemplo sobre a atenção à saúde bucal, desde perceber os sintomas até os cuidados às pessoas que já estão com o câncer; e como pacientes laringectomizados podem ter melhor qualidade de vida.

A doença começa com sinais como manchas brancas na boca, feridas que não melhoram, mudanças na voz e rouquidão persistente, lesões de pele (melanoma), dificuldade para engolir e pode demorar a ser descoberta. Cerca de 70% dos pacientes procuram ajuda em estágio de câncer avançado, o que requer um tratamento complexo que pode exigir quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Além disso, pode provocar deformidades físicas e problemas psicossociais. 

 

A importância de orientar e tirar dúvidas de prevenção, tratamento e reabilitação, é uma iniciativa de entidades médicas internacionais, que celebram no dia 27 deste mês, o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, promove a Campanha Nacional Julho Verde para reforçar a atenção às causas do câncer, os sintomas e cuidados para melhorar a qualidade de vida dos afetados pela doença.  
 

O ALERTA DOS ESPECIALISTAS - O Brasil registra 43 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço a cada ano, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer. “Só no ambulatório do Hospital Universitário Pedro Ernesto são 40 pacientes novos a cada mês, além de 160 pessoas atendidas em consultas de  rotina, onde também são feitas dezenas de biópsias e cirurgias de câncer avançado no mesmo período”, analisa Rangel. 
 

Os tumores de cabeça e pescoço são o nome comum do câncer que fica em regiões como boca, língua, palato mole e duro ( céu da boca), gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe (onde é formada a voz), esôfago, tireoide e seios paranasais. O câncer de boca e laringe é o mais frequente da região da cabeça e do pescoço, está entre os 10 tumores que mais mata homens, depois do câncer de próstata e prevalece a partir dos 40 anos.

Os principais fatores de risco são o cigarro, a má higiene da boca, a dieta pobre em legumes e verduras, a exposição a poluentes e o abuso de bebidas alcoólicas. O levantamento ainda aponta o câncer de tireoide como o quinto tumor que mais afeta as mulheres, principalmente na região sudeste do país, já que nas regiões norte e nordeste o câncer de pele é o mais comum.

Outra preocupação dos médicos é prevenir o aumento da incidência do câncer de faringe, causado pelo papilomavírus (HPV), que cresce principalmente entre mulheres e jovens. O vírus é o mesmo responsável pelos tumores de colo uterino e é transmitido especialmente durante o sexo - oral, vaginal ou anal - sem proteção. “ É importante avisar sobre os fatores de risco, para que pacientes possam evitar as causas e também descobrir mais cedo para tratar e até se curar de um câncer”, finaliza Rangel. 

 

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