A prevenção e a redução da incidência de doenças crônicas não transmissíveis, principalmente as cardiovasculares, são metas globais da Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2019. O objetivo é que haja atendimento médico-hospitalar para um bilhão a mais de pessoas este ano, somando todas as enfermidades existentes, em comparação aos números de 2018. Dados alarmantes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) indicam que as doenças cardiovasculares, do coração e da circulação, representam as principais causas de mortes no Brasil. São mais de 1.000 mortes por dia, cerca de 43 por hora, uma a cada 90 segundos. As doenças cardiovasculares causam o dobro de óbitos somando todos os tipos de cânceres.
De acordo com o cardiologista e consultor médico do Grupo Sabin, Anderson Rodrigues, muitas dessas mortes poderiam ser evitadas ou postergadas mediante um conjunto de medidas preconizadas de mudança no estilo de vida: cessar o tabagismo - maior causa evitável de mortes precoces; praticar atividade física, ao menos três vezes na semana, preferencialmente 150 minutos; encarar a vida com bom humor; tratar a depressão e a ansiedade. Outras ações que contribuem com a saúde é manter uma alimentação equilibrada; evitar o excesso de sal; controlar o colesterol; o diabetes; e os níveis de pressão arterial para redução do risco de derrames e infartos. O especialista destaca ainda que uma boa noite de sono é essencial para a saúde cardiovascular.
É fundamental lembrar a necessidade da realização do check-up de exames laboratoriais, independentemente da idade. "Se o paciente tiver casos de doenças cardíacas na família, os exames do colesterol e suas frações, dos triglicérides e de alguns marcadores, como proteína C-reativa e lipoproteína (a), são importantes para estimar o risco de doença cardíaca", alerta o cardiologista. Ele lembra que o eletrocardiograma também é primordial, pois pode detectar áreas de infarto prévio, arritmias cardíacas e miocardiopatias (coração grande). "Medidas como essas podem reverter o grave cenário relacionado ao número de mortes no Brasil. A primeira causa é o infarto do miocárdio e a segunda é o derrame ", diz o especialista.
Vale ressaltar que os indivíduos diabéticos têm um risco aumentado de enfartar. Por isso, devem seguir rigorosamente as orientações em relação à alimentação, aos exercícios físicos, ao controle de peso e às medicações.
Para este ano, a OMS prevê ações para reduzir a incidência das doenças cardiovasculares, por meio da implementação de uma série de políticas que incentivem a população a se movimentar mais todos os dias. Dessa forma, a Organização espera diminuir em 15% a inatividade física até 2030. "Se cada um cuidar da própria saúde, assumindo uma postura responsável com o próprio corpo, além de promover o bem-estar físico, estará contribuindo com a diminuição das mortes por doenças cardiovasculares", finaliza Rodrigues.