03/05/2019 às 08h53min - Atualizada em 03/05/2019 às 08h53min
Jaleco branco médico carrega bactérias resistentes, mostra estudo
Pesquisa dos EUA revela que traje médico transporta bactérias nocivas, muitas delas resistentes a medicamentos
R7
Reprodução Um estudo recente realizado pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, em 10 hospitais universitários, mostrou que a maioria dos médicos defende o uso do tradicional jaleco branco.
No entanto, um estudo anterior desenvolvido pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, revelou que esse traje médico pode transportar bactérias nocivas, muitas delas resistentes a medicamentos, associadas a infecções hospitalares.
Cerca de 42% dos jalecos brancos analisados apresentaram resultado positivo para bactérias Gram-negativas e 16% para MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina). Ambos os tipos de bactérias podem causar problemas graves à saúde, como pneumonia e sepse.
Não só os jalecos podem transportar esses micro-organismos. A pesquisa descobriu que estetoscópios, telefones e tablets também podem estar contaminados por bactérias. Outro estudo realizado com cirurgiões ortopédicos demonstrou a associação de 45% entre espécies de bactérias presentes em cortes de pacientes e jalecos de médicos que os haviam tratado.
A lavagem diária do vestuário pode ajudar, mas pesquisas demostram que as bactérias podem contaminá-los em questão de horas.
Ainda segundo pesquisas, a maioria dos médicos norte-americanos usam os jalecos sem lavar por mais de uma semana. Cerca de 17% usam sem lavar por mais de um mês. Estudos britânicos apresentaram descobertas similares relativas a ternos e gravatas utilizados em ambiente hospitalar.
Um estudo publicado no ano passado avaliou se utilizar jalecos de manga curta ou longa fazia diferença em relação à contaminação. A constatação foi que mangas curtas levam a taxas mais baixas de transmissão por ser mais fácil manter mãos mais limpas do que roupas.
Outra solução para reduzir o problema, seria o uso de tecidos antimicrobianos.