O Facebook anunciou nessa quarta-feira (18) que vai passar a apagar fake news da rede social. A medida que pode ser considerada radical tardou a acontecer, mas vem na extensão de uma série de esforços da empresa de Mark Zuckerberg realizados após o Facebook se envolver em polêmicas e ser acusado, inclusive, de contribuir para a campanha difamatória que ocorreu durante as eleições presidenciais americanas que acabaram elegendo Donald Trump.
A medida porém vai permanecer restrita a alguns poucos conteúdos, em resumo, o Facebook comunicou que só vai apagar fake news que possam causar danos físicos às pessoas como denúncias de crimes falsos ou desastres naturais que possam gerar pânico e acidentes. Dessa forma, postagens de caráter político-opinativo ou mesmo difamatório não serão afetados pela nova medida.
O comunicado, porém, marcou uma mudança de postura significativa por parte do Facebook que sempre negou ser responsável pelo conteúdo publicado dentro da sua plataforma. De uns tempos para cá, porém, mesmo sem se assumir enquanto veículo de comunicação (o que iria impor a ele uma série de regulações/limitações por parte das autoridades públicas), a empresa passou a tomar medidas que penalizar conteúdos falsos.
Apagar fake news não é a única medida
Mark Zuckerberg foi perguntado se Facebook não deveria ser responsabilizado por conteúdos falsos publicados dentro da plataforma quando foi interpelado por congressistas americanos e britânicos
Nenhuma das medidas tomadas anteriormente, no entanto, incluía apagar conteúdo dos usuários. O Facebook penalizava os posts que promoviam informações não verificadas reduzindo o alcande da publicação ou impedindo que o usuário pudesse impulsionar esse conteúdo por meio do pagamento.
Até então, o Facebook sustentava que não deveria interferir na liberdade de expressão de seus usuários nem funcionar como um editor daquilo que as pessoas publicavam. Dessa forma, a rede social só interferia num post quando este continha algum material que infringia suas política de comunidade, como a regra que proíbe o discurso de ódio e discriminação ou fotos nuas ou de violência explícita, por exemplo.
Essa postura, porém, parece cada vez mais estar ficando para trás. Diante dos estragos que a publicação de conteúdos falsos na rede social estão causando, chegando ao ponto de influenciar no resultado de uma eleição presidencial nos Estados Unidos, o Facebook agora está se permitindo fechar o cerco para as fake news.
Uma das medidas anunciadas recentemente incluía a parceria com agência de checagem de notícias que vão classificar as informações mais propagadas dentro da rede social em critérios de credibilidade. Especula-se que o Facebook esteja testando uma ferramenta que mostre um percentual para os usuários do quanto a notícia que ele está visualizando é verdadeira.
Além disso, a rede social anunciou recentemente que está criando regras para a veiculação e propagação de anúncios eleitorais e/ou políticos e que deixará mais evidente quando um post foi produzido ou está sendo impulsionado por um candidato . Medida que já vai valer para as eleições presidenciais no Brasil, marcadas para outubro desse ano.
Essas medidas, porém, ainda diziam respeito a notícias ou anúncios. O conteúdo gerado entre usuários (ou supostos usuários) ainda estava muito livre de regulação. Uma condição que parece que irá mudar radicalmente agora que o Facebook está disposto a apagar fake news.