Com o intuito de ampliar o conhecimento e fortalecer as práticas pedagógicas voltadas à inclusão, a Prefeitura de Manaus , por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), realizou, nesta sexta-feira, 13/6, o ciclo de palestras com o tema “O Autismo e a Seletividade Alimentar”, no auditório da sede da secretaria, localizado no bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul da capital.
A ação faz parte do calendário anual do Programa Municipal Saúde do Escolar (PMSE), coordenado pela Gerência de Atividades Complementares e Programas Especiais (GACPE), e tem como público-alvo educadores que atendem crianças da educação infantil na rede municipal.
De acordo com os organizadores, a seletividade alimentar é uma característica comum em pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e tende a recusar certos alimentos, pois possuem um repertório alimentar muito restrito e escolher apenas um tipo específico de comida. Essa resistência a experimentar novos sabores ou texturas pode acarretar uma série de consequências, como deficiência nutricional, carência de nutrientes e vitaminas, problemas intestinais, perda de dentes, entre outros impactos na saúde física e emocional.
“Nossa intenção é preparar a rede municipal para lidar com essas situações com mais empatia, conhecimento técnico e estratégias estratégicas”, destacou o gerente do GACPE, Mário Jorge Cruz.
Durante a programação, a doutora em Educação e coordenadora das ações Infâncias Saudáveis e Ecopedagogizando, Jacy Grande, ressaltou a importância do olhar pedagógico sobre os hábitos alimentares das crianças. "Mais do que uma questão nutricional, a seletividade alimentar precisa ser focada em seu contexto emocional, social e comportamental. Quando o educador compreende esse processo, ele pode oferecer um ambiente mais acolhedor, que favoreça a autonomia e o bem-estar da criança", afirmou Jacy.
Já a técnica em Nutrição da Divisão de Alimentação Escolar, Joseline Almeida, destacou a importância do planejamento da merenda como ferramenta de inclusão. “A alimentação escolar precisa considerar as particularidades de cada aluno. Quando conseguimos adaptar o cardápio às necessidades das crianças com autismo, promovemos não apenas saúde, mas pertencimento. É fundamental que o setor de nutrição caminhe lado a lado com os educadores nesse processo”, explicou Joseline, durante uma palestra sobre o papel da nutrição no cuidado com crianças autistas.
